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BES passa de lucros a prejuízos de 381 milhões nos primeiros nove meses

O Banco Espírito Santo acumulou prejuízos de 381 milhões de euros nos nove meses que terminaram a 30 de Setembro. Um resultado que compara com os lucros no mesmo período do ano anterior.

Miguel Baltazar/Negócios
25 de Outubro de 2013 às 17:03
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O Banco Espírito Santo acumulou prejuízos de 381 milhões de euros nos nove meses que terminaram a 30 de Setembro, segundo comunicado publicado junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Um resultado que compara com os lucros no mesmo período do ano anterior.

 

Este resultado compara com um prejuízo previsto pela Caixa BI de 315 milhões. No ano anterior, o resultado do mesmo período foi de 90,4 milhões de euros.

 

A evolução dos resultados, este ano, reflecte um prejuízo de 143,6 milhões de euros no terceiro trimestre. Uma perda que se somou aos resultados negativos relativos ao primeiro semestre e que reflectem a deterioração do produto bancário, dos resultados com operações financeiras. O ritmo de reforço das provisões abrandou no terceiro trimestre mas continua a pesar nos resultados acumulados dos primeiros nove meses.

 

O produto bancário comercial caiu 15,5% face ao período homólogo e saldou-se em 1.296,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. A contribuir para esta evolução esteve o recuo de 15,4 da margem financeira e de 15,5% das receitas com serviços prestados a clientes. Também a contribuir para os prejuízos esteve o resultado de operações financeiras e diversos, que recuou 60,9% para 133,6 milhões, diz o banco.

 

Ainda assim, as provisões mais do que justificam os prejuízos acumulados. O banco reforçou as provisões em 321 milhões de euros no terceiro trimestre do ano e já detém um total de 1.068,7 milhões de euros para fazer face a perdas no crédito, títulos e outros activos. No segundo trimestre o reforço das provisões foi de 507 milhões, refere o BES no comunicado.

 

Balcões emigraram

 

Os balcões do Banco Espírito Santo seguiram o rumo de muitas empresas portuguesas, com o banco a apostar em reforçar a sua presença nos mercados internacionais. A rede de retalho continua a contar com o mesmo número de balcões (780), mas este ano houve 27 a serem encerrados em Portugal. O mesmo número de balcões abriu no estrangeiro.

 

Outros indicadores dão conta da tendência de deterioração do mercado bancário português e das medidas que o banco está a adoptar para fazer face a essas adversidades.

 

O crédito a clientes diminuiu 1,6% em termos homólogos enquanto os depósitos aumentaram 8,3% face aos primeiros nove meses do ano passado. Já o valor dos activos elegíveis como “core capital” diminuiu 8,6%, quando calculado de acordo com as normas do Banco de Portugal, e 9,0% de acordo com as regras da Autoridade Bancária Europeia.

 

Ao mesmo tempo, o crédito vencido há mais de 90 dias, isto é, malparado, passou de 3,8% há um ano, para 5,6% do total do crédito concedido. As provisões para fazer face a este tipo de crédito mais do que cobrem o malparado. Contudo, o rácio de cobertura desceu de 135,3%, há um ano, para 118,2%.

 

(Notícia actualizada às 17h50)

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