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BCP reduz prejuízos para menos de 600 milhões de euros

Prejuízos de 597,3 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano foram inferiores aos 622 milhões de euros estimados pelos analistas. Produto bancário e margem financeira continuam em queda.

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04 de Novembro de 2013 às 17:23
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O Banco Comercial Português anunciou esta segunda-feira que fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido negativo de 597,3 milhões de euros milhões de euros, 25% abaixo dos prejuízos do mesmo período do ano passado.

 

Os analistas contactados pela Reuters antecipavam uma queda nos prejuízos para 622 milhões de euros, contra 796,3 milhões de euros no período homólogo.

 

Apesar da redução dos prejuízos, os indicadores operacionais do banco liderado por Nuno Amado continuam com uma evolução negativa, quando são analisados os nove meses do ano. O produto bancário desceu 20,3% para 1,281 mil milhões de euros e a margem financeira (diferença entre juros cobrados e recebidos) baixou 17,5% para 625,9 milhões de euros.

 

A penalizar a margem financeira o BCP destaca o efeito negativo de 201,1 milhões de euros com os custos da emissão de instrumentos financeiros híbridos, ou CoCos, que foram subscritos pelo Estado, e o custo de 47,8 milhões de euros da garantia prestada pelo Estado a empréstimos obrigacionistas do BCP.

 

O banco assinala que a margem financeira foi ainda penalizada pelo “efeito taxa de juro desfavorável, como resultado da persistência de níveis de taxas de juro de mercado historicamente baixos”.

 

Nos custos operacionais o banco também conseguiu uma redução, embora de menor amplitude (4,6% para 911,8 milhões de euros), pelo que registou uma degradação dos seus rácios de eficiência. O “cost to income” (custos sobre o produto bancário) piorou de 63,2% em Setembro de 2012 para 70,8% em Setembro deste ano.

 

O BCP estabilizou os custos com pessoal em 515 milhões apesar de ter eliminado mais de mil empregos em Portugal e encerrado quase 80 agências bancárias.

 

Imparidade de 80 milhões para contingências diversas

 

Os bancos portugueses têm este ano sido penalizados pela recessão da economia e pelo aumento do crédito mal parado, que tem obrigado as instituições financeiras a reforçar as suas provisões.

 

Nos primeiros nove meses do ano o BCP registou imparidades de crédito de 622,7 milhões de euros, ainda assim uma descida de 10,2% face ao período homólogo. As outras imparidades e provisões mais do que duplicaram para 375,6 milhões de euros.

 

Este forte crescimento nas outras imparidades é justificado pelo banco com o “crescimento contabilização de provisões para garantias e outros compromissos, no montante global de 56,5 milhões de euros, pela dotação de provisões relevada no segundo trimestre de 2013, de 80,0 milhões de euros, relacionada com a subscrição de acções ordinárias do Piraeus Bank e pela constituição em Setembro de 2013 de uma provisão, de 80 milhões de euros, para outros riscos e encargos relacionados com contingências diversas”.

 

A beneficiar os resultados do banco esteve a rubrica dos impostos, já que os impostos diferidos observaram um valor negativo de 196,6 milhões de euros, mais do dobro do valor negativo do período homólogo. 

 

Nas contas dos primeiros nove meses do ano o BCP já não integra a actividade do Millennium bank na Grécia. Excluindo esta unidade, a actividade internacional do banco aumentou o resultado líquido em 13,5%, para 128,1 milhões de euros, “beneficiando quer do crescimento do produto bancário, quer da redução dos custos operacionais, influenciado pelo desempenho alcançado por todas as operações internacionais, com destaque para as actividades desenvolvidas na Polónia e em Angola”.

 

Tendo em conta apenas a actividade em Portugal, os prejuízos foram de 684 milhões de euros, contra 363,1 milhões de euros um ano antes. 

 

Redução nos juros dos depósitos melhora margem no trimestre

 

Tal como os analistas já tinham antecipado, o BCP conseguiu melhorar a margem financeira no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores.

 

O banco quantifica a subida entre os dois períodos de três meses em 15,9%. Progressão que justifica com várias iniciativas de “pricing”, sobretudo a “diminuição do custo dos depósitos a prazo”.

 

Os recursos de clientes do BCP (como depósitos e outros produtos) aumentaram 2,1% para 64,99 mil milhões de euros em Setembro, enquanto o crédito a clientes desceu 5,8% para 60,5 milhões de euros.

 

O crédito com incumprimento situou-se em 9,1% do crédito total, em 30 de Setembro de 2013, comparando com 8,4% apurado em igual data de 2012, e o crédito em risco cifrou-se em 12,3% do crédito total, em 30 de Setembro de 2013, contra 13,4% no final de Setembro de 2012.

 

(notícia actualizada pela últim vez às 18h15)

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