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Caixa Geral de Depósitos duplica prejuízos nos primeiros nove meses do ano

Margem financeira e provisões e imparidades justificam resultado líquido negativo de 277,8 milhões de euros do banco público. Caixa Geral registou quebra do produto bancário muito superior à descida dos custos.

Bruno Simão/Negócios
31 de Outubro de 2013 às 18:41
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A Caixa Geral de Depósitos registou uma duplicação dos prejuízos nos primeiros nove meses do ano, quando comparados com o mesmo período do ano passado.


O resultado líquido do banco estatal foi, entre Janeiro e Setembro de 2013, de 277,8 milhões de euros negativos, o que representa um agravamento face aos 130 milhões de euros negativos apresentados no mesmo período de 2012. Os resultados de 2012 são ‘proforma’, dado que houve uma integração, de modo a permitir a comparação face a este ano.

 

Sem o custo que a Caixa Geral enfrenta com as responsabilidades com as obrigações subordinadas de conversão continente (CoCos), que o banco tem de pagar ao Estado devido à injecção de capital estatal, o prejuízo seria de 218 milhões de euros.

 

“Contribuíram desfavoravelmente para esta evolução sobretudo o agravamento da margem financeira e o ainda elevado custo das provisões e imparidades que apresenta, contudo, um nítido decréscimo face ao período homólogo”, indica a instituição financeira no comunicado de resultados, emitido através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

A margem financeira (diferença entre os juros cobrados e os juros pagos) alargada (inclui os dividendos das participadas da CGD) situou-se em 699,2 milhões de euros nos nove meses, reflectindo uma variação de 38,2% em relação ao ano anterior. Em Setembro de 2012, a margem financeira alargada superava os 1.100 milhões de euros.

 

A margem financeira alargada do banco liderado por José de Matos foi prejudicada, segundo indica o comunicado, pela evolução das taxas de juro do mercado (Euribor). Os encargos com os CoCos têm também aqui um impacto, já que ascenderam a 59,9 milhões de euros em Setembro.

 

“As provisões e imparidades registaram nova redução, quer ao nível do crédito, quer nos outros activos, situando-se nos primeiros nove meses de 2013 em 702,9 milhões de euros, nível ainda assim excessivamente elevado e a contribuir de forma desfavorável para a rentabilidade do Grupo”, adverte ainda o banco.

 

Produto bancário desliza 27%

 

A Caixa Geral de Depósitos registou uma quebra de 26,8% do produto da actividade bancária e seguradora (o que resulta da actividade), que se situou em 1.647,6 milhões de euros.

 

A quebra do produto bancário foi bastante superior à descida de 0,3% dos custos operativos, fixados em 1.219,3 milhões de euros. “Prosseguindo a política de racionalização e de eficiência operacional, os custos operativos e amortizações conseguiram registar em Setembro um ligeiro decréscimo, não obstante o aumento não recorrente dos custos de pessoal, associado à reposição dos subsídios de férias e de Natal”, assinala o comunicado de resultados. Os custos com pessoal, “apesar da redução verificada na remuneração base de empregados do grupo em Portugal”, registaram um avanço de 2,8%.

 

Foco nas operações internacionais, Espanha continua a penalizar

 

O resultado bruto de exploração da CGD resvalou, assim, 58,4% para 428,3 milhões de euros, sendo que a actividade internacional conseguiu ter um peso de 42% do total entre Junho e Setembro.

 

Segundo a instituição, o contributo da área internacional para o resultado líquido consolidado, excluindo Espanha, seria de 61,4 milhões de euros. Com Espanha, este valor cai para 48,9 milhões de euros negativos. Apesar do país vizinho, a internacionalização continua a ser uma aposta escolhida por José de Matos para o banco.

 

“A Caixa reforça o seu enfoque na actividade internacional cujas presenças em algumas das geografias com maior dinamismo económico têm contribuído de forma muito favorável para o resultado líquido consolidado. Destacam-se a este respeito os desempenhos das filiais e sucursais na Ásia e em África”, assinala o comunicado. A Caixa está presente em países como Angola, Moçambique ou Timor.

 

(Notícia actualizada às 19h06 com mais informação)

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