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BES subiu mais de 3% após anunciar que os prejuízos aumentaram

Investidores ficaram agradados com a evolução da margem financeira e entraram na acção que tinha recuado 16% nas últimas dez sessões.

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Os resultados líquidos negativos acima do esperado não impediram o BES de apresentar uma prestação positiva na sessão desta segunda-feira na bolsa portuguesa, num dia que até foi de queda para os mercados financeiros globais.

 

As acções fecharam a subir 3,63% para 0,941 euros, aliviando de uma valorização máxima de 7,05% para os 0,972 euros ao longo da sessão.

 

Esta prestação surge depois de na sexta-feira, já depois do fecho da sessão, o banco ter apresentou um prejuízo de 144 milhões de euros no terceiro trimestre, que contribuiu para um resultado líquido negativo de 381 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. O resultado do trimestre foi pior do que era esperado pelos analistas, que apontavam para um prejuízo em torno de 80 milhões de euros.

 

Os bancos de investimento ficaram surpreendidos pela negativa com o aumento das imparidades, mas destacaram pela positiva a evolução da margem financeira. O facto de as acções terem desvalorizado mais de 16% nas 10 sessões anteriores ao anúncio dos resultados - período em que os analistas publicaram as estimativas que apontavam para prejuízos no trimestre – também explicará parte do comportamento positivo durante esta segunda-feira.

   

Foram transaccionadas 25 milhões de acções, sendo que a média diária é inferior a 20 milhões de papéis.

 

Margem financeira “sólida”

 

A casa de investimento do BPI, numa nota de comentário aos resultados, sublinha que o prejuízo ficou “significativamente acima” da sua estimativa, que apontava para os 73 milhões de euros. A necessidade de reconhecer perdas relacionadas com o aumento do crédito malparado foi um dos factores que justificou o prejuízo do banco. Mais uma vez, o mercado doméstico prejudicou as contas, com o impulso positivo das contas internacionais.

 

O BPI Equity Research evidencia os baixos níveis de negociação do banco mas dá destaque à “sólida” margem financeira, que se ficou nos 297 milhões de euros entre Julho e Setembro. Este valor representa uma quebra em termos homólogos mas corresponde à segunda melhoria consecutiva em cadeia. É uma "surpresa positiva", para o MillenniumIB.

 

Para esta melhoria da margem financeira do banco, contou a subida da margem financeira em Angola (subiu 76%), segundo os analistas do BPI Carlos Peixoto e Alberto del Corro.

 

O CaixaBI também olhou para a margem financeira dizendo que, apesar do trimestre negativo no que se refere aos resultados em operações financeiras, "há tendências operacionais positivas nomeadamente em termos da margem financeira e das comissões".

 

Para o especialista da unidade de investimento da CGD, a evolução da margem financeira (19,4% em cadeia) "surpreende pela dimensão, estando relacionada com a redução do custo dos depósitos em Portugal e, sobretudo, com a evolução da margem financeira no BES Angola".

 

Qualidade activos menor mas maior cobertura

 

O BPI também dá destaque à deterioração da qualidade dos activos (crédito em risco subiu para 11,3% face a 10,7% em Junho), embora mencione que a cobertura do crédito em risco melhorou um ponto percentual para 58%.

 

"Foi mais um trimestre marcado pela deterioração da qualidade dos activos do banco, ainda que a um ritmo menor que nos dois trimestres anteriores, o que poderá indiciar uma tendência de estabilização futura desta variável (a necessitar de confirmação no quarto trimestre de 2013), algo que será fundamental para a recuperação da rentabilidade do banco em 2014", antecipa o especialista André Rodrigues, do CaixaBI.

 

Os resultados da totalidade do ano do BES deverão ser alvo de revisões em baixa por parte das casas de investimento, já que as contas dos nove meses já superam as de todo o ano. Já as estimativas para a margem financeira deverão subir.

 

O MillenniumIB está entre as casas de investimento que admite o ajustamento das estimativas mas sublinha que se sente "confortável" com as estimativas para os próximos anos.

 

Além de apresentação dos resultados da instituição financeira, sexta-feira foi dia de conferência de imprensa, onde Ricardo Salgado revelou várias novidades.

 

O Grupo Espírito Santo “está a equacionar várias cotações em bolsa”, além de “outras cedências”, que poderão resultar num encaixe de cerca de mil milhões de euros. O lançamento em bolsa da Espírito Santo Saúde, até Março de 2014, e da Rioforte, também no próximo ano, estão entre os activos a cotar, sendo que Ricardo Salgado acredita que vai conseguir vender a Escom, detida a 67% pelo GES e com maioria de actividade em Angola, até ao final do ano.

 

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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