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BES: Costa admite adesão "muito significativa" para solução do papel comercial

O jornal Público avançou hoje que 1.600 dos 2.000 clientes do BES têm a intenção de aderir à solução promovida pelos reguladores e pelo Executivo. É necessária a adesão de mais de 50% dos investidores e do valor aplicado.

Miguel Baltazar/Negócios
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António Costa mostrou-se, no Parlamento, optimista em relação à execução da solução que o Governo promoveu, em conjunto com os reguladores, para os clientes do antigo Banco Espírito Santo com papel comercial de sociedades de topo do Grupo Espírito Santo.

 

"A taxa de adesão é muito significativa", revelou o primeiro-ministro no debate quinzenal desta terça-feira, 23 de Maio, em resposta ao líder parlamentar social-democrata Luís Montenegro, referindo-se à notícia de hoje do Público.

 

O jornal avançou que quase todos os clientes "lesados" do Novo Banco mostraram vontade de aderir à solução. Até sexta-feira passada, segundo a mesma fonte, 1.600 clientes dos mais de 2.000 terão dito que a sua intenção é participar naquele mecanismo que lhes permitirá, consoante os montantes, recuperar pelo menos metade do valor investido.

 

Esta sexta-feira, 26 de Maio, termina o prazo dado para a recolha de intenções de concordância/discordância com a solução junto dos clientes, após o envio do formulário por parte do Novo Banco. A solução só poderá ser implementada se 50% do valor global aplicado (cerca de 275 milhões) e metade dos investidores (perto de 1.000 clientes) a ela aderir. Segundo o Público, esses números serão atingidos, caso as intenções assumidas se concretizem efectivamente.

 

A solução será executada através de um fundo, que irá adquirir direitos aos clientes, como os de reclamação judicial contra ex-gestores do BES ou de pedidos de reembolso na insolvência tanto da ESI como da Rioforte. Esse fundo irá pedir financiamento, podendo beneficiar de garantias do Estado, de modo a permitir que todos os clientes possam vir a ser reembolsados, mesmo que não tendo dinheiro para recorrer, individualmente, à justiça. António Costa não detalhou o processo mas garantiu que "os lesados do BES não vão ter de ser subsidiados pelo bolso de cada um para recorrer à justiça".


A solução em causa envolve o Governo, através de Diogo Lacerda Machado, e o Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, BES "mau" e a AIEPC, associação que reúne clientes que investiram estes produtos financeiros. 

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