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Na guerra dos legados, Costa lembra a Cristas a dívida herdada na autarquia lisboeta
Num debate quinzenal pontuado pela troca de argumento em torno dos méritos herdados de anteriores executivos, o primeiro-ministro lembrou a líder centrista que "em 2009 estava a reduzir em 40% a dívida herdada na câmara de Lisboa" governada por Carmona Rodrigues, actual apoiante da candidatura de Assunção Cristas à autarquia da capital.
No debate quinzenal desta terça-feira, 23 de Maio, foi a discussão dos méritos que permitiram a boa fase que o país atravessa a marcar a sessão. Primeiro foi o PSD a trazer à colação a herança recebida pelo actual Governo como decisiva para as mais recentes boas notícias, da diminuição do desemprego à saída do Procedimento por Défices Excessivos (PDE), passando pelo crescimento económico no primeiro trimestre.
Seguiu-se a resposta do PS, que puxou para si e para a actual governação os méritos dos dados económicos positivos alcançados. A presidente do CDS, Assunção Cristas acusou depois o primeiro-ministro de ter "memória curta", por não ter referido o "malfadado engenheiro [José] Sócrates" e o défice de 11,2% deixado pelo último Governo socialista.
A deputada centrista, e também candidata do CDS à câmara de Lisboa, disse depois que as equipas de Sócrates e de Costa nem são muito diferentes. Há "40% de coincidência entre ministros e secretários de Estado" entre os Governos de Sócrates e Costa, apontou Cristas.
"Também tenho muito orgulho do que estava a fazer em 2009. Estava a reduzir em 40% a dívida herdada na câmara de Lisboa", disse o primeiro-ministro recordando que foi este o legado deixado "por um seu conhecido apoiante. António Costa referia-se a Carmona Rodrigues, que acusou de ter deixado a autarquia numa situação de "ruptura financeira e política".
Antes Assunção Cristas já tinha feito outras críticas à governação de António Costa. A líder centrista mostrou satisfação pela saída do PDE e salientou que o que "importa é não voltarmos" ao braço correctivo da Comissão Europeia.
Para isso, Cristas pediu ao Governo para aprovar "orçamentos realistas e não orçamentos que vivam de cativações, que não vivam de cortes brutais do investimento público".
António Costa foi curto na resposta. "As cativações permitem uma gestão equilibrada e prudente", começou por explicar para depois lembrar a líder centrista do histórico de orçamentos rectificativos aprovados pela anterior maioria em quatro anos de governação. "Rectificativos resultam de uma gestão imprudente", sustentou salientando que as cativações permitiram assegurar o "controlo da despesa".