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PSD: Costa tem de saber se quer "viver da herança" ou lançar reformas
O líder dos sociais-democratas no Parlamento felicitou o Governo por ter dado continuidade ao "caminho de baixar o défice", mas avisou que "é preciso não desbaratar o esforço feito."
O presidente da bancada parlamentar social-democrata desafiou esta terça-feira, 23 de Maio, o Governo a colocar o país a crescer o dobro do que cresceu em 2016 e atribuiu a saída do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) à "herança" do Governo PSD-PP e à conjuntura internacional.
"Recebeu um país a crescer com défice a diminuir e muito, com o desemprego a baixar e tudo isso fruto de várias reformas estruturais de 2011 a 2015," afirmou Luís Montenegro durante o debate quinzenal no Parlamento.
"É preciso não desbaratar o esforço feito. E crescer muito mais do que em 2016, pelo menos o dobro do que crescemos no ano passado," disse, felicitando o Governo por "ter dado continuidade a esse caminho de baixar o défice que vinha sendo percorrido desde 2011."
Um desafio que vai em linha com o lançado esta segunda-feira por Passos Coelho. Em 2016 a economia cresceu 1,4% e ontem o líder social-democrata reclamou um crescimento da economia entre 2,5% e 3%.
"O senhor primeiro-ministro tem de saber se quer viver à conta da herança e da conjuntura ou aproveitar a herança e a conjuntura e projectar o país para um ciclo de crescimento duradouro para as próximas décadas," pediu Montenegro.
"Não demos continuidade. (...) Invertemos a herança e estamos a gerar rendimento para o país. É isso que estamos a fazer," respondeu António Costa, depois de acusar o PSD de gostar de reformas que "fazem parte daquela cartilha de fazer mais alterações à lei laboral para aumentar precariedade" e o "empobrecimento colectivo".
"Passou aqui um ano inteiro a dizer que com as reversões não só iríamos destruir o que tínhamos feito. E até o diabo vinha aí! Nós invertemos a vossa política e saímos do Procedimento por Défices Excessivos. Não é o paraíso, mas seguramente não é o inferno," sustentou Costa.