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BCP regista prejuízos de 197,3 milhões de euros
O Banco Comercial Português registou um prejuízo de 197,3 milhões de euros no primeiro semestre do ano. No mesmo período do ano passado o banco tinha registado um lucro de 240,7 milhões de euros. Os resultados foram penalizados pelo reforço de imparidades para crédito.
O Banco Comercial Português obteve um prejuízo de 197,3 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. O resultado compara com um lucro de 240,7 milhões de euros no mesmo período de 2015.
"O resultado líquido no primeiro semestre de 2016 situou-se em -197,3 milhões de euros, condicionado pelo impacto de itens não habituais", justifica a instituição financeira liderada por Nuno Amado na conferência de imprensa marcada para esta sexta-feira, 29 de Julho, à noite.
Estes itens não habituais são, por exemplo, a comparação da rubrica de ganhos com venda de dívida pública que tinham beneficiado o banco no primeiro semestre de 2015.
Mas não só: as imparidades de crédito também foram reforçadas nos primeiros seis meses do ano - de 463,7 milhões para 618,7 milhões, 33,4% acima do período homólogo.
"Descontando este impacto, o resultado líquido teria sido positivo em 56,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2016, comparando com um prejuízo de 21,2 milhões de euros relevado em igual período de 2015", sublinha o banco no comunicado à CMVM.
A instituição defende que a margem financeira (base do negócio bancário que representa a diferença entre os juros pagos e os juros cobrados) melhorou 5,1% para 600,8 milhões de euros. Já o produto bancário caiu 22,6% para 1.059,4 milhões, penalizado pela referida redução dos ganhos em operações financeiras.
Os custos operacionais deslizaram 3,1% para 309,8 milhões.
O resultado do BCP foi suportado pelas actividades internacionais, que rendeu 99,4 milhões de euros, enquanto a operação nacional gerou o prejuízo de 305,1 mil euros.
Depósitos e créditos recuam
O crédito a clientes (bruto) cedeu 7,3% para 52.930 milhões de euros. "A qualidade da carteira de crédito, avaliada pela proporção de crédito vencido há´ mais de 90 dias em função do crédito total, ajustado do efeito das operações em descontinuação, fixou-se em 7,5% em 30 de Junho de 2016, ao mesmo nível do rácio apurado no período homólogo de 2015, tendo o correspondente rácio de cobertura do crédito vencido há´ mais de 90 dias por imparidades evoluído favoravelmente de 86,1% em 30 de Junho de 2015 para 93,9% em 30 de Junho de 2016", avança o BCP.
Já os depósitos de clientes caíram 0,7% para 48.762 milhões de euros. "Os recursos totais de clientes, excluindo o impacto relacionado com as operações descontinuadas ou em descontinuação, registaram uma redução de 2,2% totalizando 62.823 milhões de euros em 30 de Junho de 2016".
Olhando para a solidez de capital, principal rácio do banco, Common Equity Tier 1, deslizou, passando de 13,1% para 12,3% no cálculo feito de acordo com as regras vigentes. Segundo as regras que serão exigidas em 2019, o rácio CET 1 estagnou em 9,6%.
(Notícia actualizada às 21:37)