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BCP garante aumento de capital de 2.250 milhões sem tomada firme dos bancos

O banco liderado por Nuno Amado colocou todas as acções junto dos investidores, sem ter necessidade de utilizar a tomada firme por parte do sindicato bancário. A procura excedeu a oferta em mais de 25%.

Miguel Baltazar/Negócios
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O aumento de capital do Banco Comercial Português, no valor de 2.250 milhões de euros, foi concluído com sucesso, com todas as acções emitidas a serem subscritas pelos investidores.

 

A colocação integral das acções estava já garantida, uma vez que o sindicato bancário responsável pelo aumento de capital tinha tomado firme a operação. Contudo, de acordo com os resultados da operação anunciados esta terça-feira pela Euronext Lisbon, as acções foram subscritas pelos investidores sem necessidade da tomada firme.

 

Os investidores compraram 34.487.542.355 acções, pagando 6,5 cêntimos por cada uma, pelo que a operação resultou num encaixe de 2.250 milhões de euros.

 

De acordo com o comunicado publicado na CMVM, a "procura total registada no presente aumento de capital representou cerca de 125,6% do montante da oferta", pelo que houve lugar a rateio para subscrever as acções que não foram compradas através do exercício dos direitos.

Acredito que seremos capazes de reforçar o nosso lugar como principal banco privado Português, assim como apostar de forma cada vez mais sustentada nas nossas operações internacionais core
 
Nuno Amado

 

Através do exercício dos direitos foram subscritas 34.082.211.308 acções. Os pedidos suplementares de acções sujeitos a rateio totalizaram 9.243.741.767 acções, excedendo cerca de 21,8 vezes a quantidade disponível.

 

O BCP conseguiu completar este ano aumento de capital, o maior alguma vez realizado por um banco em Portugal, num período bastante conturbado para o sector financeiro em Portugal, com o colapso do Grupo Espírito Santo a penalizar fortemente as acções do BES.

 

O banco utilizará grande parte deste montante realizado com o aumento de capital para reembolsar parte da ajuda estatal. O BCP pretende recomprar ao Estado até 1,85 mil milhões de euros dos instrumentos híbridos subscritos pelo Estado, sendo que com este reembolso poupará quase 500 milhões de euros em juros.  

 

"Momento complexo e turbulento"

 

Numa nota enviada às redacções, Nuno Amado lembra que esta operação foi concluída "num momento complexo e turbulento, mas os investidores mostraram confiança no nosso plano de reestruturação", numa clara referência à crise no seu principal rival, o BES.

 

"Estamos muito satisfeitos com este voto de confiança dos accionistas e novos investidores no nosso projecto", reforçou o CEO do BCP, confiando que "seremos capazes de reforçar o nosso lugar como principal banco privado Português, assim como apostar de forma cada vez mais sustentada nas nossas operações internacionais core, incluindo Angola, Moçambique e Polonia".

 

A liquidação financeira das acções subscritas no exercício dos direitos de subscrição deverá ocorrer a 23 de Julho de 2014 e a liquidação financeira das acções atribuídas em rateio deverá ocorrer a 24 de Julho de 2014. Nestes dias os investidores verão o investimento subtraído das suas contas bancárias, sendo que as acções deverão estar a negociar em bolsa a partir do dia 28 de Julho. 

 

(notícia actualizada às 17h20 com mais informação)

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