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BCP multiplica lucros por mais de sete para 186,4 milhões de euros em 2017

A evolução positiva da actividade portuguesa conseguiu puxar pelos resultados do BCP no ano passado.

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14 de Fevereiro de 2018 às 17:13
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O Banco Comercial Português (BCP) obteve lucros de 186,4 milhões de euros em 2017, segundo anunciou a instituição financeira este ano. Um valor sete vezes superior ao apurado um ano antes. 

 

O BCP apresentara um lucro de 23,9 milhões de euros em 2016, o que na altura foi considerado como um resultado "marginalmente positivo" pelo presidente executivo do banco.

 

A actividade nacional, que no ano passado tinha reportado perdas de 157 milhões de euros, deu um contributo de 39 milhões de euros. "É pouco para o nível de capital que temos, mas uma evolução muito interessante", admitiu Nuno Amado na conferência de imprensa desta quarta-feira, 14 de Fevereiro.

 

A actividade internacional recuou 15% para 173 milhões, o que o banco atribui à aplicação de regras de auditoria em Angola, por ter sido considerada uma economia de alta inflação, país onde o BCP está com o Banco Millennium Atlântico.

 

Produto cresce 4,8% 

 

A margem financeira da instituição (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos) ascendeu 13,1% para 1.391 milhões de euros no ano passado. A descida das remunerações atribuídas nos depósitos e o facto de já não ter CoCos são os motivos para este aumento.

 

As comissões cresceram 3,6% para 666,7 milhões, sendo que os resultados de operações financeiras cederam 38% para 148,4 milhões.

 

Da soma destas rubricas de proveitos resulta um avanço, em termos homólogos, de 4,8% do produto bancário, que se fixou em 2.197,5 milhões de euros. Nuno Amado defende que grande parte do crescimento é recorrente.

 

Os custos operacionais cresceram 22% para 954,2 milhões de euros, devido aos efeitos da negociação e revisão do Acordo Colectivo de Trabalho. Sem esse impacto, o avanço era de 0,3%, segundo o banco.

 

Uma folga que permitiu a subida dos lucros passou pela redução de 44% das imparidades de crédito, que totalizaram 623,7 milhões. "As outras imparidades e provisões totalizaram 301,1 milhões de euros em 2017, apresentando uma diminuição de 37,4% face aos 481,1 milhões de euros registados em 2016, suportadas essencialmente no menor nível de provisionamento relacionado com fundos de reestruturação empresarial, instrumentos de dívida e garantias e outros riscos, não obstante o reforço da imparidade para goodwill e outros activos", explica o banco.

 

Crédito recua

 

Os recursos totais de clientes cresceram 6,6% para 71.386 milhões, com um avanço de 4,5% nos recursos de clientes (sobretudo depósitos) e uma expansão de 13% nos recursos fora de balanço (produtos de capitalização e fundos de investimento).

 

O crédito a clientes cedeu 1,6% para 50.995 milhões de euros em 2017, face ao ano anterior, com quebras de 3,1% nos particulares, mas com um avanço de 0,3% nas empresas. "O rácio do crédito em risco no crédito total fixou-se em 9,3% em 31 de Dezembro de 2017, melhorando face aos 10,9% de 31 de Dezembro de 2016", informou a instituição.

 

O banco cortou em 1,8 mil milhões de euros a carteira de exposições não rentáveis, em que se incluem os créditos malparados, estando agora em 6,8 mil milhões de euros. Uma diminuição superior ao previsto.

 

Rácio sobe

 

Em termos de capital, o rácio que mede o peso dos melhores fundos próprios, o Common Equity Tier 1, ficou acima do mínimo exigido. "O rácio CET1 estimado em 31 de Dezembro de 2017 fixou-se em 13,2% phased-in [aplicação transitória] e em 11,9% em fully implemented [com aplicação total das novas regras], reflectindo acréscimos de 80 e de 224 pontos base, respectivamente, face aos rácios de 12,4% e de 9,7% reportados no final de 2016, acima dos rácios mínimos definidos no âmbito do SREP" para o ano de 2017 (CET1 8,15%)", diz o banco.

 

A justificação para a evolução é o aumento de capital do ano passado, em que a Fosun reforçou a sua posição.


(Notícia em actualização)

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