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BCP avança com aumento de capital de 1.300 milhões de euros
O BCP vai fazer um aumento de capital de 1.300 milhões de euros, uma operação que foi aprovada esta segunda-feira pela administração do banco. A operação permitirá à Fosun elevar a sua posição para perto de 30%.
O BCP vai aumentar o seu capital em 1.300 milhões de euros, operação aprovada esta segunda-feira, 9 de Janeiro, em reunião do conselho de administração. Uma operação confirmada, entretanto, pelo banco em comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliárois (CMVM).
A injecção de capital destina-se a permitir que o BCP devolva os últimos 700 milhões de euros de ajuda estatal de que a instituição liderada por Nuno Amado ainda beneficia. Além disso, servirá para dar folga de solidez ao banco. A discussão da operação pela administração foi noticiada pelo Eco esta segunda-feira à tarde.
No âmbito deste aumento de capital, a Fosun, maior accionista do banco com 16,7%, irá reforçar a sua posição accionista para perto de 30%, em linha com o acordo celebrado entre o grupo chinês e o BCP em Novembro.
Também a Sonangol tem autorização do Banco Central Europeu para superar a fasquia dos 20%, o que permitirá à petrolífera angolana aproveitar o aumento de capital para elevar a sua posição accionista além daquela fasquia.
O encontro serviu ainda para cooptar dois administradores indicados pela Fosun, João Nuno Palma, antigo administrador financeiro da Caixa Geral de Depósitos, que assumirá funções executivas, e um administrador não executivo, que deverá ser de nacionalidade chinesa.
Novas acções do BCP serão vendidas a 9,4 cêntimos
O preço de subscrição será de 9,4 cêntimos por acção, sabe o Negócios. A operação, que está garantida pela Fosun e um consórcio de bancos internacionais, destina-se concluir a devolução do apoio do Estado e a reforçar o nível de solidez mais exigente para cerca de 11%.
Tendo em conta a cotação de fecho de hoje, o preço das novas acções do BCP corresponde a um desconto de 90%. No entanto, tendo em conta o valor teórico dos títulos após o aumento de capital e o facto de cada uma das actuais acções dar direito a subscrever 15 novos títulos, o desconto é de 38,6%.
A oferta pública de subscrição destina-se aos actuais accionistas e prevê a emissão de 14.169.365.580 novas ações ordinárias através de uma oferta pública de subscrição destinada aos actuais accionistas, a um preço de 0,094 euros, ou seja, 9,4 cêntimos. Tendo em conta estas condições e a cotação de fecho desta segunda-feira (1,0412 euros), após a operação o BCP valerá 2.315 milhões de euros, pelo que o preço teórico do banco após o destaque dos direitos de subscrição do aumento de capital é de 0,1546 euros. É sobre este valor que o preço das novas acções representa um desconto de 38,6%.
(Notícia actualizada às 19:44 com confirmação do BCP através de comunicado emitido para a CMVM)