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Banco de Portugal diz que não houve divisões nas decisões sobre o Banif  

O Banco de Portugal assinala que a decisão de avançar para a resolução do Banif foi tomada de forma unânime e que não contou com a participação de António Varela pelo facto de o administrador ter depósitos no banco.

Carlos Costa: Foi reconduzido como governador do Banco de Portugal após a polémica resolução do BES. O caso Banif fez subir a sua contestação à esquerda.
Negócios 24 de Dezembro de 2015 às 11:18
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O Banco de Portugal emitiu um comunicado esta quinta-feira para desmentir "que tenham existido divisões no Conselho de Administração na tomada de decisões sobre o Banif".

 

O Expresso noticia esta quinta-feira que houve alta tensão no Banco de Portugal no domingo, dia em que decorreu a reunião que ditou a resolução do Banif. Refere o semanário que a decisão da instituição liderada por Carlos Costa foi "tudo menos pacífica", sendo que o modelo escolhido "não recolhia o agrado de todos".

 

O Banco de Portugal desmente esta divisão e assinala que a decisão foi aprovada de forma unânime.

 

O administrador António Varela, ex-gestor do Banif, não participou na reunião pelo facto de ter depósitos no Banif, sendo que Expresso destaca que este tem uma relação "difícil" com Carlos Costa.

 

"Conforme consta da ata da reunião do Conselho de Administração de domingo passado, o Dr. António Varela, administrador do Banco de Portugal declarou a sua total solidariedade com a decisão que o Banco de Portugal veio a tomar ou qualquer outra que tivesse de tomar no cumprimento dos seus deveres e atribuições", refere a comunicado do Banco de Portugal sobre a notícia do Expresso.      

 

"Se tivesse podido participar na reunião, e como resulta da sua declaração prévia e incondicional, teria votado tal e qual como o Governador, os vice-governadores e os outros administradores, seus colegas de Conselho, fizeram unanimemente nessa ocasião", acrescenta.

 

O Expresso acrescenta que Varela tem estado distanciado do processo Novo Banco, o que o Banco de Portugal justifica com o facto de a lei exigir a "separação operacional entre as funções de supervisão e de resolução". Varela é membro do Conselho de Supervisão do Mecanismo Único de Supervisão, tendo no Banco de Portugal o mandato da Supervisão Prudencial.

 

Ao iniciar-se a fase decisiva do processo de venda do Novo Banco, "o Dr. António Varela solicitou em Maio passado ao Governador, que concordou, a libertação de qualquer envolvimento no processo de venda do Novo Banco, salvo o que decorresse do exercício da supervisão sobre a instituição ou da apreciação e votação colegiais, em Conselho de Administração das deliberações sobre aquela transacção e matérias conexas em que não devesse considerar-se impedido".

 

Em coordenação com o Governo, o Banco de Portugal anunciou a divisão do Banif em três entidades: a parte bancária foi vendida ao Santander; foi criado um veículo para gerir os activos não bancários, como imobiliário e a Açoreana; o Banif permaneceu como uma entidade esvaziada de activos, com os accionistas e detentores de dívida pública (que deverão perder a totalidade dos investimentos).

 

Esta decisão do Banco de Portugal implicou uma injecção estatal imediata de 2.255 milhões de euros no banco (já vendido ao Totta), custo que poderá subir a 3 mil milhões de euros pela prestação de garantias ao Santander Totta e ao veículo de gestão de activos. Para trás, ficam já perdidos os 825 milhões de euros de ajuda estatal de 2012 que não foram devolvidos.

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