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Banif: António Varela saiu da reunião que decidiu resolução

A decisão de resolução do Banif foi tomada pela cúpula do Banco de Portugal. Com uma excepção: António Varela, administrador, pediu escusa por ser depositante e investidor do banco.

Negócios 21 de Dezembro de 2015 às 19:51
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A decisão de aplicar uma medida de resolução ao Banif foi tomada numa reunião extraordinária do conselho de admnistração do Banco de Portugal, no dia 20 de Dezembro, às 23:30, com a presença de todos os membros da cúpula do supervisor. Com uma excepção: o administrador António Varela "apresentou um motivo de impedimento, que o Governador considerou justificado nos termos da lei, em virtude de ser depositante do Banif e detentor de valores mobiliários por este emitidos". E por isso, não participou na deliberação sobre o Banif.

Ainda assim, segundo pode ler-se na acta divulgada esta segunda-feira pelo Banco de Portugal, declarou "antes de ser ausentar, a sua total solidariedade com qualquer decisão que o Conselho viesse a tomar". E que seria a resolução do Banif, comunicada praticamente à mesma hora ao país pelo primeiro-ministro, António Costa. 

Desta forma, a deliberação que viria a distribuir os activos e passivos do banco por três entidades - Banif SA, Santander Totta e um veículo de gestão de activos (Naviget) - foi aprovado governador Carlos Costa, os vice-governadores Pedro Duarte Neves e José Ramalho e administradores João Amaral Tomaz e Hélder Rosalino. 

António Varela era administrador não-executivo do Banif, em representação do Estado, no âmbito do apoio estatal dado ao banco fundado por Horácio Roque.

Esta manhã, o ministro das Finanças Mário Centeno anunciou a aprovação, em Conselho de Ministros, de uma proposta de Orçamento Rectificativo que prevê um agravamento da despesa pública em 2,2 mil milhões de euros para pagar o custo do modelo de resolução do Banif.

Prevê-se que a marca do banco madeirense desapareça e que a actividade "saudável" do banco seja integrada no Santander Totta, que se diz disposto a comprá-la por 150 milhões de euros. A conclusão desta operação, que garantirá a manutenção de postos de trabalho, pressupõe que os contribuintes financiem uma recapitalização prévia do Banif de 2,2 mil milhões de euros, que se fará mediante uma injecção directa do Tesouro de 1,8 mil milhões e de um empréstimo de 489 milhões ao Fundo de Resolução, fundo detido pelos bancos a operar em Portugal – e que dizem não terem sido consultados pelo Governo nem pelo Banco de Portugal.

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