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Banco de Portugal "discutiu" parecenças entre Montepio e falido BES

O Público revela o teor de uma reunião do conselho consultivo do Banco de Portugal, em que João Talone e Costa Pinto confrontaram Carlos Costa e Elisa Ferreira com a semelhança a "um esquema Ponzi" no Montepio.

Tiago Sousa Dias
14 de Outubro de 2019 às 09:26
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A relação do Banco Montepio (BM) com a acionista Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) chegou a ser debatida ao mais alto nível numa reunião do Banco de Portugal, a 28 de março de 2018, na qual dois conselheiros – João Talone e João Costa Pinto – confrontaram diretamente a cúpula do banco central.

 

Descrita pelo Público como uma cena inédita para os padrões do supervisor, o jornal relata que nesse encontro, que serviria para aprovar as contas de 2017, estes dois membros do conselho consultivo compararam mesmo a situação do Montepio ao caso do falido Banco Espírito Santo (BES), surpreendendo o governador Carlos Costa e Elisa Ferreira, que era a número dois na instituição.

 

"O que se está a passar no Montepio assemelha-se a um esquema Ponzi, que se rebentar abrirá um buraco de mais de dois mil milhões de euros. (…) O BdP não deveria suspender de imediato a subscrição de dívida [produtos financeiros] da AMMG vendida aos balcões do banco, que serve para pagar resgates e juros de subscrições anteriores que se estão a vencer?", questionou João Talone, ocupando aquela posição por indicação do Governo.

 

Depois desta sugestão de interromper imediatamente a venda de produtos de subscrição mutualista aos balcões do banco, também João Costa Pinto, ali presente por presidir à comissão de auditoria do BdP – é atualmente gestor da Fundação Oriente –, criticou aquela "situação escandalosa" nesta reunião em que não participaram Francisco Louçã e Luís Nazaré, por estarem ausentes no estrangeiro.

 

Ora, o Público escreve esta segunda-feira, 14 de outubro, que a réplica ficou a cargo de Elisa Ferreira, apontada entretanto para o cargo de comissária europeia. Alegou que já tinha sido implementado, por pressão do BdP, "um sistema de portas estanques, de controlos rígidos, para separar os interesses estritos da atividade bancária dos da AMMG". E terá deixado mesmo no ar esta pergunta: "Vocês pretendem que eu pegue na agulha e pique a bolha?". Na minuta dessa reunião, esta discussão em torno do Montepio não é referida.

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