Notícia
Banca portuguesa aposta no teletrabalho e até no encerramento temporário de balcões
Os bancos portugueses estão a incentivar os seus colaboradores a trabalharem a partir de casa. No caso da Caixa Geral de Depósitos, o banco público admite mesmo vir a encerrar temporariamente agências em áreas consideradas de risco pela Direção-Geral da Saúde.
"O Santander tem vindo a incentivar o maior número de colaboradores a trabalharem a partir de casa", afirma fonte oficial do banco liderado por Pedro Castro e Almeida ao Negócios. Também o Crédito Agrícola nota que "sempre que possível serão adotadas soluções de teletrabalho".
"Sendo o número total de colaboradores que desempenham funções críticas ao nível de serviços centrais relativamente reduzido, prevemos que o número global de colaboradores [do banco] que poderão ser colocados em situação de teletrabalho neste contexto possa ser substancialmente superior", afirma o banco liderado por Licínio Pina.
De acordo com a instituição liderada por Licínio Pina, o número de colaboradores com filhos em idade escolar (até 14 anos) é de cerca de 1.400 num universo de 3.700, considerando dados da Caixa Central e Caixas de Crédito Agrícola Associadas.
Do lado do Montepio, o banco liderado por Pedro Leitão afirma que uma das "medidas contempladas no Plano de Continuidade de Negócio é, precisamente, o regime de trabalho remoto" e que esta "pode ser uma solução" no caso de um encerramento das escolas.
Esta questão também está a ser tida em conta no Novo Banco. O banco liderado por António Ramalho vai agora começar a implementar um plano de teletrabalho que "determina que cerca de um terço dos serviços centrais" vai ficar neste regime, explica fonte oficial, notando ainda que os colaboradores que tenham questões familiares (como o fecho das escolas) terão prioridade.
Já o BCP afirma estar a "acompanhar de perto a situação" e a "privilegiar as reuniões por videoconferência". "O modo como nos estamos a organizar permite assegurar que, presencialmente e/ou por meios digitais continuaremos sem interrupções a servir com qualidade os clientes", garante o banco liderado por Miguel Maya.
CGD admite encerrar balcões temporariamente
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai um pouco mais longe e admite mesmo vir a encerrar temporariamente balcões nas zonas consideradas de risco pela DGS.
"A Caixa está a acompanhar a evolução da situação relacionada com o Covid-19 e tomará as medidas necessárias para fazer face às situações com que for confrontada. Neste sentido, está a reforçar as medidas previstas no seu Plano de Contingência, por forma a minimizar possíveis impactos", afirma fonte oficial do banco estatal ao Negócios.
Entre estas medidas, incluem-se "ações de reforço da limpeza dos espaços e desinfeção dos mesmos, aquisição de material de proteção e limitação de viagens, nomeadamente para locais classificados como de maior risco por parte da DGS". Isto "além dos mecanismos prevendo o encerramento temporário de agências em áreas designadas como de risco pela DGS e a possibilidade ter colaboradores a trabalhar à distância em caso de necessidade", explica o banco liderado por Paulo Macedo.
Ainda esta quinta-feira, a Associação Portuguesa de Bancos afirmou, num comunicado, que "os clientes bancários deverão privilegiar o uso dos canais digitais e telefónicos, evitando, quando tal for possível, o recurso às agências".
(Notícia atualizada.)