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António Mota: "A banca espanhola não apoia as construtoras portuguesas"
O presidente da Mota-Engil alertou para os riscos de deixar banca portuguesa em mãos estrangeiras e defendeu que além de uma CGD forte era "conveniente pelo menos mais um banco maioritariamente com capitais portugueses".
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O presidente da Mota-Engil defendeu hoje que as empresas portuguesas precisam do apoio de bancos com capitais portugueses fortes e alertou para os riscos de deixar a banca em mãos estrangeiras.
"Tenho muito receio que, se não houver bom senso, a banca portuguesa seja quase toda estrangeira, e eu não tenho vergonha nenhuma nem medo de dizer que a banca espanhola não apoia as construtoras portuguesas", afirmou António Mota no XII Congresso dos Revisores Oficiais de Contas.
Por isso, defendeu, "é preciso uma Caixa Geral de Depósitos forte e era conveniente pelo menos mais um banco que tivesse maioritariamente capitais portugueses".
Sublinhou ainda que é fundamental encontrar apoios para os PALOP, "para que as empresas se consigam manter" sob pena de uma nova "leva de desempregados para Portugal" e de "mais uma leva de falências no setor da construção".
António Mota disse que é preciso capitalizar a banca nacional e criar linhas de financiamento e garantias para apoiar "as boas empresas, independentemente da sua dimensão", já que não são os bancos franceses ou espanhóis que vão apoiar o financiamento das construtoras portuguesas que querem ir para África.
"[Não teremos] nenhum acesso se não tivermos banca comercial efectiva em Portugal e que defenda os interesses das empresas portuguesas", reforçou.
António Mota sublinhou que o maior problema da Mota-Engil é o sector financeiro português, considerando que "a exposição ao sector da construção tinha de ser reduzida, mas não desaparecer" e lembrando que as empresas precisam de garantias bancárias para ir aos concursos.
"Não faz sentido que para ir para a Colômbia não possa apresentar uma garantia bancária porque é lixo e tenha de ir ao México. O financiamento de operações internacionais é muito complicado", lamentou o presidente da Mota-Engil, adiantando que não foi para o México para fugir aos impostos, mas porque precisa do apoio de uma banca forte que "não existe" em Portugal.