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Angolanos e chineses dividem poder no BCP

Após a entrada da Fosun, os accionistas existentes do BCP reduziram a sua posição. A Sonangol desceu dos 15%, o Sabadell tem mais de 4% e a Interocêanico desceu dos 2%. Mas é expectável que haja mudanças.

Miguel Baltazar/Negócios
25 de Novembro de 2016 às 17:31
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Os angolanos têm praticamente o mesmo número de acções do Banco Comercial Português que os chineses da Fosun. A ideia, já existente depois da entrada da Fosun no capital do banco, é agora confirmada com a divulgação das novas posições accionistas na instituição financeira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Ao pagar 175 milhões de euros, o grupo chinês Fosun ficou com 157,4 milhões de acções do BCP através da sociedade Chiado. Como foi um aumento de capital reservado exclusivamente a este investidor, os restantes accionistas diluíram as suas posições apesar de terem mantido o mesmo número de acções. Os accionistas que, nessa redução de participação, desceram das fasquias de 2%, 5% e 15% tiveram de comunicá-lo ao mercado. O que aconteceu com quase todos os accionistas de referência.

 

A angolana Sonangol, que tinha 17,8% do BCP, passou a deter uma posição de 14,87% com as suas 140,5 milhões de acções. É somando esta posição com os 16,1 milhões de títulos nas mãos da Interoceânico, de Carlos Silva, que se chega aos 156,5 milhões de acções do banco liderado por Nuno Amado em sociedades angolanas, um total de 16,6%. A Fosun tem 16,7%. A Interoceânico tinha mais de 2% do BCP mas fica, depois da entrada dos chineses, com 1,7%. 

 

O grupo chinês quer, contudo, chegar aos 30%, o que poderá ser feito com compras a outros accionistas ou com recurso a novos aumentos de capital. Neste último caso, os accionistas que não acompanharem tais operações sentem uma diluição da sua posição. Neste momento, essas operações ainda não são possíveis porque o BCP tem um limite de 20% aos direitos de voto, ou seja, os accionistas que passarem tal posição não podem votar acima desse valor.

A assembleia-geral do banco que pode decidir a subida desse limite para 30% (como quer a Fosun) foi adiada para 19 de Dezembro. O objectivo é que também a Sonangol possa receber luz verde do BCE, já dada à Fosun, para superar a fasquia dos 20% quando os estatutos o permitirem.

 

O Banco Sabadell verificou, igualmente, uma descida da fasquia dos 5%: agora, a instituição financeira espanhola tem 39,9 milhões de acções do BCP correspondentes a 4,23% do BCP. A EDP não teve de comunicar ao mercado a sua nova posição porque se mantém acima dos 2%.

Após a entrada da Fosun, o Negócios contactou todos os accionistas mas nenhum quis fazer comentários sobre a operação.

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