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Fosun ajuda capital do BCP mas efeito nas acções durou pouco

Os analistas consideram o investimento da Fosun como positivo. Mas salientam que o mercado continuará atento à situação de capital do banco.

Miguel Baltazar
21 de Novembro de 2016 às 22:47
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O efeito Fosun nas acções do BCP durou pouco. O investimento de 175 milhões de euros para ficar com 16,7% do banco até permite uma melhoria nos rácios de capital do BCP. Mas os analistas apontam que mesmo com a entrada do grupo chinês ficam abaixo da média dos pares europeus.

"Este investimento de 174,6 milhões de euros é um factor positivo porque permite ao BCP aumentar os rácios de capital, ainda que permanecendo baixos num contexto europeu e tendo ainda por reembolsar 750 milhões de euros de obrigações CoCo ao Estado português", refere Albino Oliveira.  Numa reacção inicial, as acções do BCP chegaram a valorizar 6% para 1,324 euros. Mas encerrariam a desvalorizar 0,7% para 1,24 euros.

 O analista da Patris Investimentos  realça que "é provável que os investidores permaneçam atentos à necessidade de novas operações de recapitalização, ou à implementação de outras opções de natureza estratégica com o objectivo de reforçar a base de capital".

O preço e o capital

O Haitong referiu que o investimento da Fosun permitirá que o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) do BCP suba de 9,5% para 10%. Mas destacou pela negativa o preço de 1,1089 euros por acção.

"O preço de subscrição do aumento de capital é, de alguma forma, desapontante (10% de desconto ao preço ajustado de 1,226 euros), tendo em consideração que o BCP está a negociar próximo de mínimos do ano", referiu o banco numa nota a investidores.

Ainda assim, o Haitong reconhece que  a operação teve "termos muito mais favoráveis do que se o banco tivesse de ir ao mercado aumentar capital". E destaca que o BCP ganha "um investidor com acesso amplo a financiamento que pode tornar-se muito importante" já que em 2017 o banco terá de reembolsar 750 milhões de euros ao Estado.
  
Também o Goldman Sachs considera a entrada da Fosun de "claramente positiva", numa nota citada pela Bloomberg.  Mas é outra entidade a realçar que mesmo com este reforço o rácio de capital do banco continua abaixo da média. O Goldman perspectiva que caso a limitação aos direitos de voto seja aumentada de 20% para 30% fica aberto o caminho a um novo aumento de capital que coloque os rácios em linha com o sector. E destaca o "forte interesse" da Fosun em atingir os 30% do BCP.

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