O conselho de administração da Portugal Telecom nunca discutiu os investimentos feitos em dívida do Grupo Espírito Santo, segundo diz um dos seus membros.

Joaquim Goes, o representante do Banco Espírito Santo no órgão de administração da PT, refere que o caso da exposição da PT ao GES "nunca foi abordado". "Nem esse caso da exposição da PT ao GES foi alguma vez discutido no conselho de administração da PT".

"Nunca intervim nem tinha conhecimento directo de qualquer exposição da Portugal Telecom ao Grupo Espírito Santo", disse, na audição desta segunda-feira, 22 de Dezembro, da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

"Ao nível do conselho de administração da PT, onde estava presente juntamente com Morais Pires, esse tema nunca foi abordado nem eu próprio alguma vez abordei essa matéria com qualquer quadro da PT", ressalvou o antigo administrador executivo do BES e não executivo da operadora.

Mas Joaquim Goes admite que possa ter havido pressões para a colocação de dívida da PT no GES. "Se houve pressão, se não houve, não posso confirmar ou desmentir". "Se existiram pessoas do BES que o fizeram e que abordaram, não foi em articulação comigo", respondeu.

A PT investiu 897 milhões de euros em dívida da sociedade do GES Rioforte em Março, que acabou por não receber. Daí que tenha perdido força na fusão com a Oi.