Notícia
Abanca compra EuroBic. Fica com 95% do capital
A operação, cujos detalhes o Abanca diz já terem sido comunicados ao Banco de Portugal, acontece depois de Isabel dos Santos ter decidido vender a sua posição de 42,5% no banco liderado por Teixeira dos Santos.
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É oficial. O EuroBic vai passar para as mãos dos espanhóis do Abanca. Num acordo assinado nas últimas horas, o banco chegou a acordo para ficar com 95% da entidade liderada por Teixeira dos Santos.
"O Abanca acordou a compra de 95% das ações do EuroBic. O Banco de Portugal foi informado em detalhe dos termos da operação", de acordo com um comunicado enviado pelo banco liderado por Juan Carlos Escotet esta segunda-feira, 10 de fevereiro, sem revelar quanto é que vai pagar pela instituição financeira. Esta será a quinta aquisição da instituição financeira desde 2014 e a segunda em Portugal.
"O Abanca demonstrou com sucesso o seu modelo de integração de outras entidades nas operações corporativas que realizou nos últimos anos", salienta ainda o banco, relembrando que este acordo de compra do EuroBic "está sujeito, como acontece neste tipo de operações, a um processo de due dilligence e às autorizações das autoridades regulatórias".
Já o Banco de Portugal afirmou, num comunicado, que "foi hoje informado que o Abanca e o EuroBic assinaram um memorando de entendimento tendo em vista a aquisição pelo Abanca da maioria do capital do EuroBic". E recordou: "Em conformidade com o previsto na lei e regulamentos europeus aplicáveis, esta aquisição está sujeita à autorização do Banco Central Europeu, em articulação com o Banco de Portugal, uma vez recebida e analisada a informação exigível".
De acordo com o Abanca, com base nos dados referentes a dezembro de 2019, o EuroBic gere um volume de negócio de 11.700 milhões de euros, uma carteira de crédito de 5.199 milhões de euros, e depósitos de 6.148 milhões de euros.
Já o crédito vencido do banco liderado por Teixeira dos Santos é de "151 milhões de euros, com uma taxa de crédito vencido que se situa nos 2,9%, e ativos não produtivos que totalizam os 334 milhões de euros com uma taxa de ativos não produtivos de 6,4%". No mesmo período, o EuroBic tinha 1.482 colaboradores, contando com 266.670 clientes servidos por 184 agências, acrescenta.
Esta operação segue-se à decisão de Isabel dos Santos de vender a sua participação de 42,5% no EuroBic, isto depois de a empresária angolana ter ficado no centro do caso "Luanda Leaks". A investigação realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro público angolano através de paraísos fiscais.
Na semana passada, na conferência de imprensa de resultados anuais do Abanca, a instituição financeira já tinha confirmado o seu interesse em ficar com o controlo do banco liderado por Teixeira dos Santos. Juan Carlos Escotet adiantou que estava a decorrer "um processo competitivo", garantindo que o Abanca estava interessado "em participar em todo o processo" de venda.
Mas com uma condição: apenas compraria uma posição no EuroBic que seja, no mínimo, de 75%.Tal como o Negócios escreveu, também Fernando Teles, o segundo maior acionista, estava disposto a fazer parte da solução do banco. Além de Isabel dos Santos e Fernando Teles, a estrutura acionista conta ainda com Luís Manuel Cortez dos Santos, Manuel Pinheiro Fernandes e Sebastião Bastos Lavrador, que detêm, cada, uma posição de 5%. Os restantes 5% estão distribuídos por "outros acionistas".
(Notícia atualizada às 15:13 com o comunicado do Banco de Portugal.)
"O Abanca acordou a compra de 95% das ações do EuroBic. O Banco de Portugal foi informado em detalhe dos termos da operação", de acordo com um comunicado enviado pelo banco liderado por Juan Carlos Escotet esta segunda-feira, 10 de fevereiro, sem revelar quanto é que vai pagar pela instituição financeira. Esta será a quinta aquisição da instituição financeira desde 2014 e a segunda em Portugal.
Já o Banco de Portugal afirmou, num comunicado, que "foi hoje informado que o Abanca e o EuroBic assinaram um memorando de entendimento tendo em vista a aquisição pelo Abanca da maioria do capital do EuroBic". E recordou: "Em conformidade com o previsto na lei e regulamentos europeus aplicáveis, esta aquisição está sujeita à autorização do Banco Central Europeu, em articulação com o Banco de Portugal, uma vez recebida e analisada a informação exigível".
De acordo com o Abanca, com base nos dados referentes a dezembro de 2019, o EuroBic gere um volume de negócio de 11.700 milhões de euros, uma carteira de crédito de 5.199 milhões de euros, e depósitos de 6.148 milhões de euros.
Já o crédito vencido do banco liderado por Teixeira dos Santos é de "151 milhões de euros, com uma taxa de crédito vencido que se situa nos 2,9%, e ativos não produtivos que totalizam os 334 milhões de euros com uma taxa de ativos não produtivos de 6,4%". No mesmo período, o EuroBic tinha 1.482 colaboradores, contando com 266.670 clientes servidos por 184 agências, acrescenta.
Esta operação segue-se à decisão de Isabel dos Santos de vender a sua participação de 42,5% no EuroBic, isto depois de a empresária angolana ter ficado no centro do caso "Luanda Leaks". A investigação realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro público angolano através de paraísos fiscais.
Na semana passada, na conferência de imprensa de resultados anuais do Abanca, a instituição financeira já tinha confirmado o seu interesse em ficar com o controlo do banco liderado por Teixeira dos Santos. Juan Carlos Escotet adiantou que estava a decorrer "um processo competitivo", garantindo que o Abanca estava interessado "em participar em todo o processo" de venda.
Mas com uma condição: apenas compraria uma posição no EuroBic que seja, no mínimo, de 75%.Tal como o Negócios escreveu, também Fernando Teles, o segundo maior acionista, estava disposto a fazer parte da solução do banco. Além de Isabel dos Santos e Fernando Teles, a estrutura acionista conta ainda com Luís Manuel Cortez dos Santos, Manuel Pinheiro Fernandes e Sebastião Bastos Lavrador, que detêm, cada, uma posição de 5%. Os restantes 5% estão distribuídos por "outros acionistas".
(Notícia atualizada às 15:13 com o comunicado do Banco de Portugal.)