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Setor automóvel quer linha de crédito específica e mudanças no lay-off

O setor automóvel exige ao Governo que desenhe um plano de apoio específico para as empresas do setor e manifesta surpresa por não ter sido criada uma linha de crédito específica para a indústria automóvel.

Automóveis a gasóleo pesaram 32,5% das vendas em fevereiro.
Toru Hanai/Reuters
18 de Março de 2020 às 15:41
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O setor automóvel exige ao Governo que desenhe um plano de apoio específico para as empresas do setor, avançando várias propostas, e manifesta surpresa por não ter sido criada uma linha de crédito específica para a indústria automóvel.

 

Num comunicado conjunto, as associações ACAP, AFIA, ANECRA e ARAN, que representam as empresas de todas as áreas de atividade do setor automóvel, sublinham a importância que este tem para a economia.

Considerando todas as atividades relacionadas, o setor automóvel "representa 19% do PIB, 25% das exportações de bens transacionáveis e emprega, diretamente, cerca de duzentas mil pessoas", assinalam, lembrando ainda que as receitas fiscais geradas pelo setor têm um peso de 21% no total das receitas fiscais do Estado.

 

Assim, apesar de indicarem concordar com as medidas já tomadas pelo Governo, as associações reclamam a criação de um plano específico para o setor automóvel, avançando com algumas propostas, muitas das quais já haviam sido avançadas na terça-feira ao Negócios pelo secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Helder Pedro.

 

Em primeiro lugar, é defendida a criação de uma linha de crédito específica para as empresas deste setor, notando as associações que esta matéria não foi considerada "surpreendentemente, na apresentação de hoje efetuada pelo Governo, sobre as medidas económicas".

 

No comunicado é também solicitada a "alteração do regime de lay-off, de modo a permitir o acesso imediato a este regime para as empresas que tenham tido uma quebra de facturação superior a 40% nos últimos trinta dias, ou comparativamente com a do mês homólogo do ano anterior" em vez do período de referência ser os últimos três meses. Ainda sobre este mecanismo, as associações defendem que deveria "resultar claro deste regime a possibilidade de lay-off parcial e, ainda, pela alteração do regime de férias de modo a permitir , desde já, a sua marcação".

 

Adicionalmente, é proposta a implementação de um "plano de incentivo ao abate de veículos em fim de vida, com o objectivo de renovar o parque automóvel e permitir às empresas uma saída gradual da crise", tal como sucedeu na recessão de 2009.

 

É ainda referido que, "com a possível declaração do estado de emergência, (...) a atividade de prestação de serviços através de veículos de pronto-socorro e o sector de assistência e reparação automóvel sejam considerados sectores essenciais".

 

"Estas medidas, permitirão às empresas não só atenuar esta crise, mas também para manter a sua competitividade, após este período, logo que se verifique a retoma gradual da economia", frisam as associações.

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