Os títulos da construtora automóvel já negociaram no nível mais elevado dos últimos dois anos, após ser confirmada a entrada dos chineses da Dongfeng e do Estado francês no capital da empresa. As partes investem, cada uma, 800 milhões de euros na empresa agora presidida pelo português Carlos Tavares e ficam com a mesma percentagem detida pela família Peugeot (14%).

As acções da construtora automóvel já dispararam 9,12% para negociar nos 13,64 euros, o nível mais elevado dos últimos dois anos, e seguem agora a ganhar mais de 5% para 13,14 euros. 

Esta valorização acontece depois dos chineses da Dongfeng e do Estado francês terem confirmado a entrada no capital da empresa no âmbito de um aumento de capital de três mil milhões de euros. A Dongfeng e o Estado francês vão injectar, no total, 1.600 milhões de euros na empresa, ficando, cada um, com 14% do capital. 

A entrada dos chineses e do Estado no capital da Peugeot será realizada em duas fases. Inicialmente, as duas partes irão adquirir novas acções a 7,50 euros cada e mais tarde vão subscrever novas acções com as mesmas condições.

A família Peugeot irá também participar no aumento de capital, reduzido a sua participação de 25,5% para 14% (a mesma da Dongfeng e do Estado francês).  

"É um investimento, absolutamente, estratégico. O objectivo do Estado é garantir a presença da PSA em França", disse o ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici, garantindo que o Estado será um accionista "estável e activo".

O conselho de supervisão da PSA Peugeot Citröen aprovou esta terça-feira, 18 de Novembro, a nomeação de Carlos Tavares como administrador de operações (COO) da Peugeot. O gestor português foi o escolhido para suceder ao actual CEO, Philippe Varin, mas a alteração só terá lugar perto do final do ano. Até lá Carlos Tavares vai assumir a liderança de operações da segunda maior fabricante automóvel francesa. 

Em Agosto Carlos Tavares saiu da Renault depois de ter demonstrado vontade em liderar uma grande construtora de automóveis e reconhecido que tal seria muito difícil na empresa francesa, que é liderada por Carlos Ghosn. A escolha de Carlos Tavares representa uma quebra na tradição nos 117 anos de história da companhia, que sempre escolheu o líder da empresa através de uma selecção interna.

(Notícia actualizada às 11h33)