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Museu virtual "vende" vinhos do Dão em quatro línguas
A produtora e distribuidora Lusovini vai lançar um portal para aproximar os clientes estrangeiros dos vinhos portugueses. Os EUA já são o melhor mercado para o grupo de Nelas, que facturou nove milhões de euros em 2017.
A Lusovini decidiu apostar num museu virtual sobre a história do vinho que incide sobre a região do Dão, "desde a sua paisagem, clima e solo até à origem da sua demarcação". O portal vai ser lançado em língua portuguesa e inglesa, acrescentando durante o ano de 2018 mais duas versões em mandarim e francês.
O presidente desta produtora e distribuidora de vinhos portugueses, que estimou ao Negócios que em 2017 terá facturado cerca de nove milhões de euros, justifica a escolha do Dão por ser a região vinícola onde o grupo tem sede (em Nelas) e por fazer 75% das vendas no estrangeiro – e "a grande maioria dos clientes não [ter] possibilidades práticas de visitar" aquele local.
Casimiro Gomes fala num "serviço" à região e aos vinhos de Portugal, que acaba por ser prestado também à própria empresa que lidera, que actualmente exporta para 42 países um total de 96 referências (26 delas detidas pelos nove parceiros produtores) de vinhos do Dão, Alentejo, Douro, Porto, Verdes, Bairrada e Tejo. "Cada garrafa de vinho português que se vende no estrangeiro, seja de que marca for, é sempre boa para o trabalho da Lusovini", sustenta o líder do grupo, que detém marcas como Pedra Cancela.
O museu virtual do vinho do Dão vai ser apresentado a 10 de Janeiro em Lisboa, na presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. Ao nível da produção de conteúdos, contou com a participação de Virgílio Loureiro, enólogo e professor aposentado do Instituto Superior de Agronomia, e também da produtora Baba Yaga. O web design e a programação ficaram a cargo da EVOKE IT, enquanto a coordenação do projecto foi entregue à Opal Publicidade.
Criada em 2009 e liderada desde então por Casimiro Gomes, viticultor de formação e fundador da Dão Sul, a Lusovini conta com um grupo de nove sócios, que firmaram um acordo, aquando da constituição da empresa, de que os capitais empregues neste projecto não seriam remunerados nos primeiros dez anos do negócio. Fora de Portugal, o grupo tem presença directa em cinco países: Angola, Brasil, Moçambique, Estados Unidos e China.
Das mais de quatro dezenas de mercados externos, o principal é actualmente os Estados Unidos, que representa 19% das vendas totais. Seguem-se a China, os países da Europa do Norte, Angola, Moçambique e o Brasil, sendo que o peso relativo de cada país sofreu uma grande alteração desde 2014.
Há três anos, os destinos angolanos e brasileiros ainda dominavam o negócio de distribuição de vinhos. No entanto, detalhou Casimiro Gomes, a abertura da Lusovini USA, com sede em New Jersey, e de um escritório de representações em Macau, ambas concretizadas em 2016, "revelaram-se decisivas para o aumento das vendas tanto no mercado americano como no asiático".
Dentro de portas, o grupo do Dão está a completar ainda o investimento num novo centro logístico, avaliado em cerca de 4,5 milhões de euros e anunciado em Julho do ano passado. A obra junto à Adega de Nelas, que inclui a construção de uma cave para fermentação e estágios de espumantes, deverá estar concluída e entrar em funcionamento depois do Verão de 2018.