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PSD exige ouvir Vieira da Silva no Parlamento ainda esta semana

O líder parlamentar do PSD exigiu esta quinta-feira que o ministro Vieira da Silva compareça ainda esta semana no Parlamento a fim de prestar esclarecimentos sobre o caso Raríssimas. Já o eurodeputado do CDS, Nuno Melo, considera "inqualificável" o silêncio do primeiro-ministro sobre esta polémica.

Bruno Simão/Negócios
14 de Dezembro de 2017 às 12:33
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O PSD exigiu esta quinta-feira, 14 de Dezembro, que o ministro Vieira da Silva dê explicações no Parlamento sobre o caso Raríssimas até sexta-feira, considerando que o Governo "não pode ir de fim de semana" sob "este manto de suspeição".

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, anunciou que já pediu ao presidente da Comissão de Trabalho que a audição do ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, aprovada na quarta-feira, seja marcada "com carácter de urgência" ainda para esta semana.

"O Governo não deve ir de fim de semana deixando este manto de suspeição avolumar-se", defendeu.

Nuno Melo considera que silêncio do primeiro-ministro é "inqualificável"

O vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo considerou hoje "inqualificável" que o primeiro-ministro continue "calado" sobre o caso da associação Raríssimas, que já provocou a demissão de um secretário de Estado e está a pôr "em causa" o ministro Vieira da Silva.

"Lamento dizer que Portugal tem um primeiro-ministro absolutamente insensível e impreparado para a função", afirmou Nuno Melo à agência Lusa, em declarações a partir de Estrasburgo.

O eurodeputado e 'vice' dos centristas considerou que é "inqualificável" que António Costa ainda não tenha falado sobre a questão da associação Raríssimas, que provocou a demissão do secretário de Estado da Saúde e está a pôr "em causa" o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, e se tenha limitado "a dar sinal de vida para dizer que 2017 foi um ano particularmente saboroso, ignorando mais de 110 mortos em incêndios que foram trágicos".

Para o vice-presidente do CDS-PP, o comportamento do líder do executivo "confirma uma rotina": "Não é normal que cada vez que há uma crise no Governo o primeiro-ministro esteja no estrangeiro".

"Não é normal que já se tenha demitido um secretário de Estado, esteja em causa um ministro e o primeiro-ministro se mantenha calado e ainda não tenha falado ao país sobre isto. Qualquer chefe de Governo faz declarações relevantes de qualquer parte do mundo quando tem de ser", disse.

Portugal, pelo contrário, Portugal "tem um chefe de Governo que escolhe qualquer parte do mundo para estar calado", disse.

Sobre a forma como António Costa se referiu a 2017, Nuno Melo defendeu que não há nenhuma questão económica e financeira "que permita dizer em Bruxelas que o ano foi particularmente saboroso, no exacto dia em que em Estrasburgo se discutiu o mecanismo de Protecção Civil Europeu e a tragédia portuguesa esteve em todos os discursos políticos".

O primeiro-ministro considerou na quarta-feira, perante funcionários portugueses das instituições em Bruxelas, que 2017 "foi um ano particularmente saboroso para Portugal", lembrando as mudanças ao longo dos últimos 12 meses.

"Há um ano estávamos aqui, apesar de tudo, já a celebrar não nos terem sido aplicadas sanções, estávamos aqui com alguma esperança de que iríamos conseguir mesmo sair do procedimento por défice excessivo. Mas, a verdade é que podemos olhar para o ano de 2018 já sem receio de sanções, já sem receio de termos de ter novas discussões sobre décimas nominais ou estruturais para o procedimento de défice excessivo e até encarando já com normalidade que o ministro das Finanças português possa ser o próximo presidente do Eurogrupo", referiu.

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, demitiu-se na terça-feira do Governo, sendo substituído por Rosa Matos Zorrinho, na sequência de uma reportagem transmitida no sábado pela TVI sobre alegadas irregularidades na gestão da Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos.

Manuel Delgado foi consultor remunerado da Raríssimas, contratado entre 2013 e 2014, com um vencimento de três mil euros por mês.

O ministro da Segurança Social, que pertenceu à Assembleia-geral da Raríssimas entre 2013 e 2015, anunciou uma acção de inspecção à associação e negou ter tido conhecimento de denúncias de gestão danosa.
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