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Trabalhadores da Raríssimas alertam para risco de fecho por falta de dinheiro

Os trabalhadores da "Raríssimas" avisaram esta quinta-feira que a associação está em risco de fechar por falta de acesso às contas bancárias e apelaram ao primeiro-ministro para que envie uma direcção idónea para permitir o funcionamento.

Rui Minderico/Lusa
14 de Dezembro de 2017 às 11:44
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Numa declaração pública realizada esta quinta-feira, 14 de Dezembro, na Casa dos Marcos, na Moita, a coordenadora do departamento jurídico da Casa dos Marcos, Manuela Duarte Neves, explicou que a associação "Raríssimas" deixou de ter acesso às contas bancárias desde a demissão da presidente, Paula Brito e Costa, na terça-feira.

"Corremos o risco de fechar porque não temos dinheiro por muito tempo para dar comida. Corremos o risco de fechar porque não temos dinheiro por muito tempo para dar medicamentos" aos quase 200 utentes da associação, disse.

A responsável apelou ao primeiro-ministro, António Costa, para que envie para a Casa dos Marcos "uma comissão de gestão ou uma direcção provisória que possa fazer funcionar a casa".

A Casa dos Marcos, afirmou Manuela Duarte Neves, "paralisou por falta de capacidade de tomar decisões", já que não existe ninguém actualmente que possa "decidir com legitimidade".

A declaração foi feita ao mesmo tempo que foi publicada uma posição dos trabalhadores nas redes sociais, na qual se demarcam da actuação da ex-presidente da "Raríssimas".

A "Raríssimas" vive dias muito conturbados por causas completamente alheias e estranhas aos colaboradores da Casa dos Marcos, que correm agora o risco de ver o trabalho posto em causa, referem.

Sublinhando que é preciso "não confundir a causa com atitudes menos lícitas por parte de uma pessoa", os trabalhadores pedem para não serem os doentes e os trabalhadores a pagar "uma factura que não é sua".

Segundo asseguram, a "Raríssimas" tem "todas as condições para continuar a funcionar regularmente, com excelentes serviços" e "com rigor ético", mas é necessário que o Governo "coloque em funções uma direcção isenta, rigorosa e sem conflitos de interesse".

Uma reportagem emitida pela TVI na segunda-feira denunciou o alegado uso, pela presidente, de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras "Raríssimas" para fins pessoais.

Na reportagem era também adiantado que o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação "Raríssimas", com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.

Paula Brito e Costa e Manuel Delgado anunciaram na terça-feira que se demitiam dos respectivos cargos.
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