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Urgências "foram reduzidas ao mínimo" e até "abaixo do aceitável", denuncia o PS

As longas horas de espera nas urgências dos hospitais públicos no final do ano passado, que provocaram a morte de duas pessoas, são resultado "das opções políticas" do Governo, acusou o PS. O PSD recusou as críticas e disse que a espera foi provocada por picos na afluência de utentes.

Bloomberg
08 de Janeiro de 2015 às 16:07
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O PS marcou para esta tarde um debate parlamentar de urgência para questionar o ministro da Saúde sobre a situação caótica vivida nas urgências de alguns hospitais na época natalícia, no final do ano passado. A deputada socialista Luísa Salgueiro responsabilizou o Governo pela situação, porque "os hospitais não têm capacidade de resposta para uma circunstância de aumento de procura" e isso é consequência "das opções políticas do Governo".

 

"O Ministério da Saúde estava devidamente alertado", e "há muito que o PS, a Ordem dos Médicos, o Sindicato dos Enfermeiros, os sindicatos, as comissões de utentes" afirmavam "que os serviços, incluindo os serviços das urgências, foram reduzidos ao mínimo e nalguns casos abaixo do aceitável", afirmou Luísa Salgueiro na abertura do debate. "Os serviços funcionam no dia-a-dia nos limites da dedicação e da capacidade dos profissionais" e "há muito que as rupturas são iminentes e previsíveis".

 

As escolhas do Governo não ajudaram, acusa. "O Ministério devia ter a noção de que as medidas que tomou para impedir os hospitais de contratar médicos e outros profissionais", o que obriga ao recurso "a empresas de prestação de serviços".

 

"Quando não fez a reforma hospitalar que prometeu, quando reduziu o número de camas sem planeamento, sem sustentação técnica e sem transparência porque a única preocupação era reduzir despesa, o sr. ministro contribuiu para a actual situação", conclui Luísa Salgueiro. "A responsabilidade é sua e se a quiser dividir com alguém, só o pode fazer com a senhora ministra das Finanças", acusou. Hoje "os portugueses têm medo de ir aos hospitais públicos".

 

Problema "acontece todos os anos"

 

Miguel Santos, do PSD, foi o primeiro deputado da maioria a responder a Luísa Salgueiro. E aproveitou para "desmistificar o discurso que o PS tem feito". "Não se trata de problema novo. É um problema que surge porque existem picos de afluência de utentes as urgências dos hospitais. Vá-se lá saber porquê, esses picos não acontecem na Primavera, nem no Verão nem no Outono".

 

"Quando temos urgências de hospitais organizadas com atendimentos médios de 200 utentes e, num determinado dia, fruto da gripe, do clima, acabam por comparecer 300, 400, até 500 utentes, existe a necessidade de se adaptar os tempos de resposta. O grande e imprevisível aumento do número de utentes aumenta o tempo de espera", justificou. E a "adaptação" que tem sido feita "não é fruto do desinvestimento".

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