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Ordem dos Enfermeiros: "Contribuições não vieram de grupos de interesses"

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros garante que as contribuições para o corwdfunding da greve estão a ser feitas por enfermeiros e não grupos de interesse.

Negócios 10 de Fevereiro de 2019 às 10:46
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A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, em entrevista à TSF/DN, assume que quem está a financiar a greve dos enfermeiros são "maioritariamente os enfermeiros que se quotizaram" e garante ainda que "as contribuições não vieram, como eu sei que não vieram, de grupos de interesses".

Não descarta a possibilidade de haver a divulgação dos nomes de quem financiou a greve, através da plataforma de crowdfunding, mas chama a atenção para a questão legal dessa divulgação. "Acho que tem de ser respondida pela Comissão Nacional de Proteção de Dados -, hoje há um novo regime, uma nova lei de proteção de dados, e por muito que eles queiram revelar quem são os contribuidores ou a PPL o queira fazer, por que esses têm toda a informação, eu acho que tem que haver aqui uma pronúncia da Comissão Nacional de Proteção de Dados para ninguém cair numa ilegalidade". Ainda assim diz que não tem acesso aos dados. "Não tenho nem quero ter".

Mas acredita que a maior parte das contribuições são dos enfermeiros. "Eles fazem não só contribuições individuais, como coletas nos serviços. Os enfermeiros portugueses no estrangeiro, que neste momento são 18.000, fazem coletas para enviarem dinheiro para o crowdfunding dos enfermeiros portugueses. Portanto, diria que a grande maioria desse valor vem destas quotizações de serviços inteiros, dos enfermeiros individualmente através dos seus familiares, de amigos, de mim própria que também dei dinheiro para esse crowdfunding, porque ele é meu e faço dele aquilo que entender".

Acaba por lembrar que o próprio primeiro-ministro usou a plataforma de crowdfunding para a campanha de 2013 à Câmara de Lisboa. "Eu não posso achar que o crowdfunding é bom quando me dá jeito e é mau quando me está a provocar um dano", e ironiza: "É verdade que com valores completamente diferentes. O primeiro-ministro julgo que atingiu 3500 euros e os enfermeiros já vão em 400.000 euros neste segundo e 300.000 euros no primeiro crowdfunding".



A ideia do crowdfunding, diz, foi de um grupo de enfermeiros.

Quanto aos serviços mínimos, a bastonária diz que não tem informação de que tenham sido violados. "Eu, até agora, desde que comecei a ouvir essa questão da violação dos serviços mínimos, ainda não vi um único caso que comprove essa situação". Aliás, a bastonária lembra que "se houver [violação aos serviços mínimos] - e isto é importante eu continuar a referir - a Ordem tem de instaurar inquéritos disciplinares. Na primeira greve cirúrgica não detetámos isso, a garantia foi dada pelos enfermeiros diretores, e nesta segunda, pese embora tenhamos a mesma informação de que não houve, temos de ter a certeza".

Ana Rita Cavaco diz que o seu papel nesta greve tem sido apenas o de "apoio aos seus membros, negando qualquer participação no apoio ao início da greve. Há aqui, evidentemente, questões da negociação da carreira que se cruzam com a regulação profissional, e eu vou dar dois exemplos: a reposição da categoria do enfermeiro especialista na carreira. Quem reconhece o título profissional de especialista é a Ordem".
De qualquer forma, "se o senhor primeiro-ministro precisar de mim amanhã, pode contar comigo. Os sindicatos já se disponibilizaram para fazer algumas concessões e o governo também o deve estar".

Na próxima terça-feira a Ordem vai reunir-se com os enfermeiros diretores das instituições em greve, com os sindicatos que convocam a greve e o movimento da greve cirúrgica.

Admite, ainda, que o Presidente da República tem condições para ser mediador. "É uma pessoa bastante acarinhada pelo povo e tem também essa função".
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