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Portugal fecha 2024 com excedente externo recorde: 3,3% do PIB
Excedente externo subiu face a 2023 e atingiu em 2024 o valor mais alto da série do INE, que tem 71 anos: 3,3% do PIB. Exportações de serviços, sobretudo de turismo, também atingiram recorde.
As contas externas fecharam 2024 com um excedente recorde: 9,3 mil milhões de euros, o que corresponde a 3,3% do PIB. Este é o excedente externo mais elevado desde 1953, quando se inicia a série do Banco de Portugal (BdP).
Segundo as estatísticas da balança de pagamentos divulgadas nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, pelo Banco de Portugal (BdP), o saldo conjunto da balança corrente e da balança de capital foi positivo em 2024 e quase duplicou o valor registado no ano anterior, que correspondia a 5,3 mil milhões de euros (2% do PIB).
Dentro da balança corrente, a balança comercial (a balança de bens e serviços) apresentou um saldo positivo de 6,7 mil milhões de euros (2,3% do PIB) em 2024, acima do excedente de 4 mil milhões registado no ano anterior. Em 2024, o excedente da balança de serviços (31,9 mil milhões de euros) a mais que compensou o défice registado na balança de bens (menos 25,3 mil milhões de euros).
Em valor absoluto, o défice da balança de bens praticamente não se alterou em relação a 2023, explica o banco central, mas em percentagem do PIB, reduziu-se de -9,5%, em 2023, para -8,9% em 2024. O crescimento das exportações foi ligeiramente superior ao das importações (1,9% e 1,4%, respetivamente).
Já o excedente da balança de serviços aumentou 2,7 mil milhões de euros relativamente a 2023, devido a um aumento mais acentuado das exportações do que das importações (8,1% e 6,8%, respetivamente). O saldo da balança de serviços em percentagem do PIB foi de11,2%em 2024, o valor mais elevado da série, destaca o BdP.
Nas exportações de serviços, destaca-se a componente das viagens e turismo, que cresceu 8,8% em relação a 2023 (mais 2,2 mil milhões de euros). Nas importações, é de assinalar o aumento da rubrica dos outros serviços fornecidos por empresas, de 10,7% (700 milhões de euros).
Ainda dentro da balança corrente, o défice da balança de rendimento primário diminuiu dois mil milhões de euros, pela redução do défice dos rendimentos de investimento, (900 milhões de euros), essencialmente devida à melhoria do saldo relativo a juros, e pela maior atribuição aos beneficiários finais de fundos europeus na forma de subsídios (mil milhões de euros). O excedente da balança de rendimento secundário também diminuiu ligeiramente em relação ao registado em 2023. Esta diminuição é, em parte, justificada pela menor atribuição a beneficiários finais dos fundos europeus classificados como "cooperação internacional corrente".
Já o excedente da balança de capital diminuiu 600 milhões de euros, para 3,2 mil milhões de euros, principalmente devido a uma menor atribuição aos beneficiários finais de fundos europeus destinados a investimento, com destaque para o decréscimo de atribuições do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), refere o banco central.
(Notícia atualizada às 11:40 com mais informação)