Notícia
Greve dos enfermeiros: anónimos do "crowdfunding" estão a revelar identidade
Os enfermeiros pediram e os apoiantes estão a cumprir. Cerca de um terço dos anónimos que apoiaram o "crowdfunding" para a segunda greve cirúrgica já se identificou.
Cerca de um terço dos anónimos que apoiou a campanha de angariação de fundos dos enfermeiros já revelou a sua identidade, depois de os promotores do "crowdfunding" terem apelado a uma identificação dos participantes.
Inicialmente, e segundo dados da plataforma PPL, que está a ser usada pelos enfermeiros para angariar os fundos que apoiam os grevistas, entre os 10.841 apoiantes havia 2.317 anónimos. Ou seja, cerca de um quinto (21,4%) do total dos que fizeram um donativo aos enfermeiros não se quis identificar.
Mais tarde, e ainda segundo dados da PPL, os apoiantes anónimos doaram 54 mil euros para a campanha de angariação de fundos, o que representa cerca de 12% do total angariado (cerca de 420 mil euros).
Mas o número de apoiantes anónimos diminuiu. Nesta segunda-feira, 11 de fevereiro, à tarde, os participantes que não se identificaram eram 1.455, representando cerca de 13,4% do total.
A identificação de cerca de um terço (ou 862) dos anónimos, numa altura em que a campanha já está concluída, acontece depois de os promotores da campanha terem apelado aos apoiantes a fazê-lo.
"Apelo a todos os colegas e amigos da Greve Cirúrgica que deixem de ser anónimos, sem ser necessário a justiça obrigar a PPL a fornecer esses dados", afirma Nelson Cordeiro, um dos enfermeiros do Movimento Greve Cirúrgica que lançou a campanha.
O financiamento colaborativo das greves cirúrgicas (que, em conjunto, permitiram aos enfermeiros arrecadar cerca de 780 mil euros para atenuar o impacto financeiro de duas paralisações de mais de dois meses) é um dos pontos que o Ministério da Saúde pediu ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral de República (PGR) para avaliar juridicamente, num parecer complementar.
O apelo é feito numa mensagem na própria PPL com o título "Deixar de ser Anónimo!", onde o Movimento Greve Cirúrgica recusa a acusação "de ter apoiantes anónimos que apenas querem destruir o Serviço Nacional de Saúde" e apela à identificação. "Pelo bem da transparência e para mostrar a quem quer acabar com a luta dos enfermeiros que não temos interesses obscuros e fora da legalidade", defendem.
Dessa forma, os promotores da angariação de fundos dizem estar "tranquilos", afirmando que os apoiantes são "anónimos para o promotor [mas] não o são para a PPL".
Yoann Nesme, presidente executivo da PPL, já tinha recusado ao Negócios que o dinheiro doado não tenha um rasto. "Parece que o dinheiro vem de forma anónima e não é verdade. É anónimo porque as pessoas não querem divulgar o nome", disse. Segundo o responsável, a plataforma tem a informação dos apoiantes (nome completo, email e telefone) e os donativos são feitos via sistema bancário.
O apelo dos enfermeiros foi publicado no dia 9 de fevereiro, dia em que foi noticiado pelo Expresso que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vai investigar o fundo colaborativo que está a financiar a paralisação dos enfermeiros.
Inicialmente, e segundo dados da plataforma PPL, que está a ser usada pelos enfermeiros para angariar os fundos que apoiam os grevistas, entre os 10.841 apoiantes havia 2.317 anónimos. Ou seja, cerca de um quinto (21,4%) do total dos que fizeram um donativo aos enfermeiros não se quis identificar.
Mas o número de apoiantes anónimos diminuiu. Nesta segunda-feira, 11 de fevereiro, à tarde, os participantes que não se identificaram eram 1.455, representando cerca de 13,4% do total.
A identificação de cerca de um terço (ou 862) dos anónimos, numa altura em que a campanha já está concluída, acontece depois de os promotores da campanha terem apelado aos apoiantes a fazê-lo.
"Apelo a todos os colegas e amigos da Greve Cirúrgica que deixem de ser anónimos, sem ser necessário a justiça obrigar a PPL a fornecer esses dados", afirma Nelson Cordeiro, um dos enfermeiros do Movimento Greve Cirúrgica que lançou a campanha.
O financiamento colaborativo das greves cirúrgicas (que, em conjunto, permitiram aos enfermeiros arrecadar cerca de 780 mil euros para atenuar o impacto financeiro de duas paralisações de mais de dois meses) é um dos pontos que o Ministério da Saúde pediu ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral de República (PGR) para avaliar juridicamente, num parecer complementar.
O apelo é feito numa mensagem na própria PPL com o título "Deixar de ser Anónimo!", onde o Movimento Greve Cirúrgica recusa a acusação "de ter apoiantes anónimos que apenas querem destruir o Serviço Nacional de Saúde" e apela à identificação. "Pelo bem da transparência e para mostrar a quem quer acabar com a luta dos enfermeiros que não temos interesses obscuros e fora da legalidade", defendem.
Dessa forma, os promotores da angariação de fundos dizem estar "tranquilos", afirmando que os apoiantes são "anónimos para o promotor [mas] não o são para a PPL".
Yoann Nesme, presidente executivo da PPL, já tinha recusado ao Negócios que o dinheiro doado não tenha um rasto. "Parece que o dinheiro vem de forma anónima e não é verdade. É anónimo porque as pessoas não querem divulgar o nome", disse. Segundo o responsável, a plataforma tem a informação dos apoiantes (nome completo, email e telefone) e os donativos são feitos via sistema bancário.
O apelo dos enfermeiros foi publicado no dia 9 de fevereiro, dia em que foi noticiado pelo Expresso que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vai investigar o fundo colaborativo que está a financiar a paralisação dos enfermeiros.