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Enfermeiros batem novo recorde e conseguem mais de 400 mil euros para próxima greve
A paralisação que arranca na segunda-feira deverá decorrer 45 dias em sete centros hospitalares. Esta campanha representa um novo recorde de "crowdfunding" em Portugal.
A recolha online de fundos para financiamento da "greve cirúrgica" dos enfermeiros, com início previsto para segunda-feira, ultrapassou este sábado os 400 mil euros, a meta pretendida. Deste modo, superou a campanha de angariação anterior e representa um novo recorde da plataforma PPL, que representa 80% mercado. Esta já é a campanha que conseguiu obter o montante mais elevado de todas as realizadas pela PPL.
O valor angariado supera os 360.297 euros angariados na campanha anterior. Mas, nesta altura, o número de apoiantes foi superior: 14.415 euros.
Estas duas campanhas, designadas de "greve cirúrgica" e "greve cirúrgica 2" passam, assim, a liderar com uma grande margem os montantes angariados na PPL, a principal plataforma de "crowdfunding" em Portugal. Em terceiro lugar, mas com uma diferença significativa, está a campanha para a promoção de um filme escrito por Nuno Markl, com 1.879 donativos e um total de 40.563 euros, que não conseguiu chegar ao objetivo.
O financiamento colaborativo, ou "crowdfunding", é o tipo de financiamento de entidades, nomeadamente pessoas coletivas (nas quais se incluem os sindicatos), das suas atividades e projetos, através do seu registo em plataformas eletrónicas acessíveis na Internet, com o objetivo de angariar investimento proveniente de investidores individuais.
O "crowdfunding" é regulado pelo Regime Jurídico do Financiamento Colaborativo, previsto na Lei 102/2015, de 24 de agosto, com as alterações introduzidas pela Lei nº 3/2018, de 09 de fevereiro.
Na sexta-feira, a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) disse à Lusa que os sindicatos de enfermeiros mantêm a "greve cirúrgica" com início previsto para segunda-feira, mas admitem suspendê-la se o Governo confirmar antes do arranque da paralisação uma nova reunião negocial a 17 de janeiro.
"Neste momento, nós comprometemo-nos a suspender a greve caso nos seja confirmada a reunião de dia 17 com os dois ministérios [Saúde e Finanças] e com esta mesa negocial para tentarmos de facto chegarmos a um compromisso", disse à Lusa Lúcia Leite, dirigente da ASPE.