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Enfermeiros suspendem greve até quinta-feira
A campanha para financiar a greve cirúrgica superou, este sábado, os 400 mil euros que representavam o objetivo definido.
"Neste momento queremos mostrar que estamos disponíveis para chegar a um entendimento. O Governo cumpriu a sua palavra. Nós, de boa-fé, mantemos a suspensão [até quinta-feira]. Se a greve acontece ou não depende dos resultados da reunião que vai acontecer", disse à Lusa a dirigente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) Lúcia Leite, que em conjunto com o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) integra uma das mesas negociais que com representantes do Ministério da Saúde e do Ministério das Finanças têm negociado a revisão da carreira de enfermagem.
No entanto, afirmou Lúcia Leite, sem um documento assinado na próxima quinta-feira que comprometa o Governo em relação a todas as reivindicações dos enfermeiros a greve não será desconvocada.
Referindo-se a declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, que na sexta-feira, no lançamento do programa de financiamento do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, disse querer para os enfermeiros condições de equidade com outras profissões, mas sem pôr em causa a sustentabilidade das contas públicas, Lúcia Leite disse que os enfermeiros "não vão abdicar" dessa equidade.
A ronda negocial relativa à carreira de enfermagem resultou em algumas cedências aos profissionais - como a criação da categoria de enfermeiro especialista e o descongelamento das progressões na carreira - mas não em todas as reivindicações sindicais, que exigem também aumentos salariais e a antecipação da idade da reforma.
A greve convocada para se iniciar na segunda-feira segue o modelo da que já ocorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro e que teve origem num movimento de enfermeiros que lançou uma recolha de dinheiro numa plataforma online para ajudar a financiar os colegas durante a paralisação.
Na ocasião, a recolha de fundos atingiu 360 mil euros e hoje os enfermeiros voltaram a atingir o objetivo financeiro para a greve prevista para arrancar na segunda-feira, tendo a recolha de fundos através de uma plataforma online ultrapassado os 400 mil euros pretendidos.
A greve convocada poderá afetar blocos cirúrgicos de sete centros hospitalares: os dois centros do Porto, Braga, Vila Nova de Gaia/Espinho, Entre Douro e Vouga, Tondela/Viseu e Garcia de Orta.