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Medina não se opõe à transferência do Infarmed para o Porto
O presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, não critica a decisão de transferir a sede do Infarmed para o Porto. A capital não pode “ser contra medidas de desconcentração ou descentralização de serviços”, disse ao Negócios.
Fernando Medina não se opõe à transferência da sede da Agência Nacional do Medicamento e de Produtos de Saúde (Infarmed) para a cidade do Porto, a partir de 1 de Janeiro de 2019. Ao Negócios, o recém-reeleito presidente da câmara de Lisboa diz que "Lisboa não pode ser contra medidas de desconcentração ou descentralização de serviços", porque tem "defendido essas políticas a bem da coesão do país e da melhoria da eficácia dos serviços".
Ou seja, a coesão do país é mais importante do que a presença do Infarmed na capital.
O autarca socialista responde assim à farpa da presidente do Infarmed, que em entrevista ao Público, publicada esta segunda-feira, se mostra espantada com a falta de oposição da câmara de Lisboa. "Espanta-me (…) que a Câmara de Lisboa não tenha problema em perder o Infarmed. Se calhar o Infarmed não é importante para a Câmara de Lisboa", criticou Maria do Céu Machado.
Em declarações enviadas por escrito, Fernando Medina prefere olhar para a captação de investimento. A autarquia continua a "trabalhar para reforçar o papel de Lisboa como capital global, capaz de acolher investimentos e empregos altamente qualificados", garante. E dá como "exemplos recentes" a "Web Summit ou a instalação em Lisboa do centro mundial de competências digitais da Mercedes", que são "bons exemplos do sucesso de Lisboa nesse capítulo".
A terminar, uma palavra de confiança no ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. "Confiamos que qualquer que seja a decisão, o ministério da Saúde acautelará o bom funcionamento deste relevante organismo do Estado", assinalou ao Negócios.
Na reunião de câmara da passada quinta-feira, dia 23, o PSD levou a votação uma moção de repúdio pela saída do Infarmed de Lisboa. De acordo com a Lusa, o PS e o Bloco de Esquerda (que, coligados, têm maioria no órgão executivo), votaram contra os pontos que pediam que a autarquia repudiasse "veementemente a decisão do Governo" e que utilizasse "todos os recursos políticos e legais constitucionalmente disponíveis para impedir a execução desta decisão" (o CDS absteve-se e o PSD e o PCP votaram a favor).