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Presidente do Infarmed assume que anúncio da transferência da sede afecta actividade

A presidente do Infarmed assumiu esta quinta-feira no parlamento que o anúncio da transferência da sede de Lisboa para o Porto está a perturbar a actividade habitual da entidade, da qual 20 funcionários pediram este mês para sair. 

18 de Janeiro de 2018 às 20:45
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Maria do Céu Machado foi hoje ouvida, a pedido do PSD, numa comissão parlamentar de Saúde extraordinária sobre a transferência da sede do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, anunciada em Novembro pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. 

 

"É difícil continuarmos o trabalho normal pensando que vamos estar seis meses sem saber o que vai acontecer", afirmou, numa referência ao grupo de trabalho criado pela tutela para avaliar a viabilidade do processo, e que tem que apresentar um relatório até ao fim de Junho. 

 

A presidente do Infarmed considerou que o que está em causa não é a localização, mas "mexer numa estrutura pesada, com uma rotina diária com tanta pressão externa, e tão intensa, e à qual se consegue dar resposta".

 

Uma das consequências do anúncio do governo, contestado pela maioria dos trabalhadores, foi o pedido em Janeiro, até à data de hoje, da saída de 20 funcionários da instituição, salientou.

 

A pediatra frisou que não foram ainda "demonstradas as razões" de que a transferência da sede do Infarmed será "uma mais-valia", e que qualquer mudança na instituição "será muito mais difícil e disruptiva" se o conselho directivo e os trabalhadores, excluídos do grupo de trabalho, não forem envolvidos no processo.

 

Segundo Maria do Céu Machado, a transferência da sede tem também "um impacto financeiro que não é pequeno", que não contabilizou.

 

A presidente da entidade reguladora do medicamento "é a favor da descentralização" de serviços, na óptica de o Infarmed "ter algumas áreas de crescimento" na sua actividade, como ter núcleos de inspecção e farmacovigilância em várias zonas do país.

 

Nas suas intervenções, PSD, BE, PCP e CDS-PP questionaram a credibilidade do anúncio da transferência da sede do Infarmed, invocando que o plano estratégico da entidade, aprovado em Setembro, não prevê esta medida, e criticaram a exclusão do conselho directivo e da comissão de trabalhadores do grupo de trabalho que vai estudar os impactos da mudança, e que, de acordo com Maria do Céu Machado, integra especialistas que prestam serviço ao próprio Infarmed.

 

O PS invocou que "não há uma decisão definitiva, mas uma intenção", respondendo a uma "orientação política" do Governo, a da "descentralização dos serviços como forma de alcançar a coesão territorial". O partido assinalou que os interesses dos trabalhadores serão salvaguardados.

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