Notícia
Luz Saúde vai pedir saída da bolsa
A Luz Saúde convocou uma assembleia-geral para deliberar a perda da qualidade de sociedade aberta, anunciou a empresa liderada por Isabel Vaz.
Alexandra Machado
amachado@negocios.pt
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Raquel Godinho
rgodinho@negocios.pt
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Diogo Cavaleiro
diogocavaleiro@negocios.pt
21 de Março de 2018 às 18:51
Mais uma empresa que vai sair de bolsa, através do pedido de perda da qualidade de sociedade aberta. A Luz Saúde convocou uma assembleia-geral de accionistas, para dia 13 de Abril, para votar nesse sentido.
A Fidelidade, principal accionista da Luz Saúde, propõe a exclusão de bolsa pelo elevado nível de concentração do capital da empresa que detém o Hospital da Luz na seguradora detida pelos chineses da Fosun.
De acordo com a proposta, a Fosun detém 98,788% do capital e respectivos direitos de voto da Luz Saúde, pelo que "considera a Fidelidade não se justificar a manutenção do estatuto de sociedade aberta da Luz Saúde", até pelos custos e formalidade que estar cotada representa.
A Fidelidade propõe-se adquirir as acções não detidas com um prémio considerável. "A Fidelidade considera que a contrapartida de 5,71 euros por acção da Luz Saúde constitui uma contrapartida adequada, incluindo um prémio de 2,77 euros relativamente à cotação média ponderada".
O preço oferecido tem por base a venda da Fidelidade à Fosun de 46,8 milhões de acções da Luz Saúde, em Outubro de 2017. Tal como o Negócios noticiou a Fidelidade vendeu 49% da Luz Saúde à sua accionista Fosun por 267 milhões de euros, montante próximo da capitalização bolsista de 100% da empresa de saúde privada. Mas já nessa altura o accionista chinês era o dono, directa e indirectamente, da maioria do capital da Luz Saúde. Agora é esse o preço que serve de referência para esta operação.
Apesar de o preço da contrapartida para a retirar de bolsa ser acima dos valores de mercado, a Fidelidade vem desde já dizer que pode retirar este processo caso o preço fixado seja superior a 5,75 euros. A perda da qualidade de sociedade aberta, segundo a proposta, fica assim dependente da "condição de, em momento algum do processo de perda da qualidade de sociedade aberta, não vir a ser fixada uma contrapartida mínima, devida aos acionistas minoritários da Luz Saúde que não votem favoravelmente a deliberação ora proposta, superior a 5,75 euros por acção da Luz Saúde, salvo no caso de a Fidelidade vir a aceitar pagar uma eventual contrapartida mais alta que venha a ser fixada no âmbito de tal processo".
O valor da contrapartida fica ainda pendente de concordância por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que pode optar por nomear um auditor independente para fixar esse montante.
Já no início de Fevereiro, tinha sido admitido que a permanência em bolsa da Luz Saúde era sempre um tema em cima da mesa. "Até hoje, mantivemo-nos no mercado em benefício do próprio mercado, mas estamos sempre em ponderação", dizia a Fidelidade, em resposta ao Negócios.
Nos últimos tempos têm sido vários os pedidos de perda da qualidade de sociedade aberta no mercado português. Foram os casos do Montepio, da Salvor, da Cimpor e decorre ainda o processo da Sumol+Compal.
(Notícia em actualização)
A Fidelidade, principal accionista da Luz Saúde, propõe a exclusão de bolsa pelo elevado nível de concentração do capital da empresa que detém o Hospital da Luz na seguradora detida pelos chineses da Fosun.
A Fidelidade propõe-se adquirir as acções não detidas com um prémio considerável. "A Fidelidade considera que a contrapartida de 5,71 euros por acção da Luz Saúde constitui uma contrapartida adequada, incluindo um prémio de 2,77 euros relativamente à cotação média ponderada".
O preço oferecido tem por base a venda da Fidelidade à Fosun de 46,8 milhões de acções da Luz Saúde, em Outubro de 2017. Tal como o Negócios noticiou a Fidelidade vendeu 49% da Luz Saúde à sua accionista Fosun por 267 milhões de euros, montante próximo da capitalização bolsista de 100% da empresa de saúde privada. Mas já nessa altura o accionista chinês era o dono, directa e indirectamente, da maioria do capital da Luz Saúde. Agora é esse o preço que serve de referência para esta operação.
As acções da Luz Saúde fecharam a cair 1,96% para os 3,00 euros, depois de não terem negociado nas duas primeiras sessões da semana. A cotada acumula uma desvalorização de 1,64% desde o início do ano e apresenta uma capitalização bolsista de 286,6 milhões de euros. Face ao fecho da sessão desta quarta-feira, o preço proposto para a contrapartida representa um prémio de 90%.
Apesar de o preço da contrapartida para a retirar de bolsa ser acima dos valores de mercado, a Fidelidade vem desde já dizer que pode retirar este processo caso o preço fixado seja superior a 5,75 euros. A perda da qualidade de sociedade aberta, segundo a proposta, fica assim dependente da "condição de, em momento algum do processo de perda da qualidade de sociedade aberta, não vir a ser fixada uma contrapartida mínima, devida aos acionistas minoritários da Luz Saúde que não votem favoravelmente a deliberação ora proposta, superior a 5,75 euros por acção da Luz Saúde, salvo no caso de a Fidelidade vir a aceitar pagar uma eventual contrapartida mais alta que venha a ser fixada no âmbito de tal processo".
O valor da contrapartida fica ainda pendente de concordância por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que pode optar por nomear um auditor independente para fixar esse montante.
Já no início de Fevereiro, tinha sido admitido que a permanência em bolsa da Luz Saúde era sempre um tema em cima da mesa. "Até hoje, mantivemo-nos no mercado em benefício do próprio mercado, mas estamos sempre em ponderação", dizia a Fidelidade, em resposta ao Negócios.
Nos últimos tempos têm sido vários os pedidos de perda da qualidade de sociedade aberta no mercado português. Foram os casos do Montepio, da Salvor, da Cimpor e decorre ainda o processo da Sumol+Compal.
(Notícia em actualização)