Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Governo volta a pagar dívidas da saúde no fim do ano

O ministro da Saúde disse esta manhã no Parlamento que o Governo vai voltar a fazer uma dotação extraordinária no final do ano para regularizar pagamentos em atraso e sanear dívidas. No início de 2018 será apresentado um plano de redução das dívidas na saúde.

A carregar o vídeo ...
11 de Outubro de 2017 às 13:13
  • 1
  • ...

Com os pagamentos em atraso nos hospitais a dispararem desde o início do ano - tendo já ultrapassado os 900 milhões de euros em Agosto, o que motivou um alerta da Comissão Europeia -, o Governo prepara-se para proceder a novo plano de regularização de dívidas até final de Dezembro, à semelhança do que aconteceu no final de 2016. O anúncio foi feito esta manhã pelo ministro da Saúde, durante uma audição no Parlamento.

 

"É evidente que havendo uma pressão adicional sobre a despesa", que ficou igualmente expressa no relatório de execução orçamental da Direcção-Geral do Orçamento, "iremos fazer no último trimestre, como fizemos o ano passado, concertadamente com o Ministério das Finanças, os reforços de dotação das entidades necessários para que a regularização dos pagamentos em atraso e o saneamento da dívida se possa aproximar dos objectivos do Governo", afirmou Adalberto Campos Fernandes.

 

No final de 2016, o Governo fez um pagamento de cerca de 200 milhões de euros de dívidas a diversos fornecedores, que permitiram baixar os pagamentos em atraso (isto é, com mais de 90 dias) de 761 milhões para 550 milhões de euros. Porém, no início deste ano, regressou a trajectória de aumento de dívidas e, no final de Agosto, os pagamentos em atraso já eram de 907 milhões de euros. A dívida total a fornecedores já se cifrava em 2,02 mil milhões de euros (face a 1,57 mil milhões em Dezembro de 2016).

 

Parte desse agravamento "é explicado por dois factos", sublinhou o ministro da Saúde. Por um lado, registou-se um "atraso no registo de notas de crédito resultantes do acordo com a Apifarma", representante da indústria farmacêutica. Por outro lado, houve uma alteração na forma de contabilização das parcerias público-privadas na saúde. "No ano passado eram registadas no final do ano, este ano passaram a ser registadas mensalmente de acordo com as boas práticas contabilísticas", precisou o ministro. "À medida que o ano se aproxima do fim", esse efeito vai-se "atenuar", antecipa.

 

Plano para reduzir dívida chega até Março de 2018

 

O que é certo é que existe um problema na acumulação de dívidas e pagamentos em atraso na saúde. Por isso, vem aí um plano de resolução de dívidas. "O que temos acertado com o Ministério das Finanças é que no primeiro trimestre de 2018 iremos apresentar uma proposta que seja estruturada", para que "este processo de acumulação e geração continuada de dívida seja atenuado e resolvido até final da legislatura".

 

As dívidas da saúde em Julho, de 852 milhões, essencialmente concentradas nos hospitais EPE, representavam a principal fatia dos pagamentos em atraso na administração pública, que nesse mês se cifravam em 1.100 milhões. O ministro comentou os pedidos de uma "lei de meios" e de uma "programação plurianual" para o sector da saúde, com uma "afectação fixa com indexação ao PIB" e não lhes fechou a porta. "Trata-se de uma matéria teórica interessante que tem que ser debatida no plano político", sublinhou.

Ver comentários
Saber mais Hospitais saúde Serviço Nacional de Saúde Adalberto Campos Fernandes pagamentos em atraso Parlamento dívidas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio