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Estados Unidos confirmam relação entre o vírus Zika e a microcefalia

As autoridades de saúde dos Estados Unidos confirmam que a infecção com o vírus Zika durante a gravidez provoca microcefalia nos bebés, uma malformação que tem crescido de forma alarmante em várias regiões do Brasil.

Reuters
Negócios 14 de Abril de 2016 às 10:25
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Depois de várias semanas de estudo e debate, as autoridades de saúde dos Estados Unidos confirmaram a relação entre a infecção com o vírus Zika durante a gravidez e a microcefalia. Os especialistas esperam agora que a descoberta conduza a um reforço dos meios para impedir as infecções e que os responsáveis políticos financiem os esforços de prevenção de emergência.

 

"Não há qualquer dúvida de que o Zika causa microcefalia", informou Tom Frieden, director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, numa conferência de imprensa realizada esta quarta-feira.

 

As autoridades de saúde dos Estados Unidos vinham alertando, há várias semanas, que as provas científicas apontavam cada vez mais para uma relação entre o vírus transmitido por mosquitos e o aumento alarmante de casos de microcefalia em várias regiões do Brasil. Porém, até ao momento, o Zika não tinha sido declarado como a causa definitiva.

 

O anúncio chega numa altura crítica para a administração Obama, que tem pressionado o Congresso para conceder cerca de 1,9 mil milhões de dólares (cerca de 1,7 mil milhões de euros) em fundos de emergência para combater o vírus, que já está a afectar Porto Rico, devendo chegar a várias regiões dos Estados Unidos com o tempo mais quente. Na semana passada, a Casa Branca decidiu redireccionar 589 milhões de dólares em fundos para preparar a chegada do Zika ao território continental dos Estados Unidos.

 

Escreve a Reuters que a declaração do vírus Zika como causa da microcefalia torna menos provável que os legisladores neguem o pedido de financiamento de emergência.

 

"Acho que é decisivo", referiu Lawrence Gostin, especialista em direito da saúde global da Universidade de Georgetown, que testemunhou perante o Congresso no mês passado sobre a necessidade de financiamento para combater o Zika.

 

"É aceitável se não soubermos, com alguma certeza, se um risco vai surgir e estivermos mal preparados, mas é absolutamente vergonhoso não nos prepararmos, sabendo que uma epidemia está a chegar", acrescentou o especialista.

 

 Em Fevereiro, a Organização Mundial de Saúde declarou o Zika uma emergência global de saúde com base na sua suspeita de ligação com milhares de casos de microcefalia no Brasil, um defeito de nascença caracterizado pela deformação da cabeça e pelo subdesenvolvimento do cérebro.

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