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Afinal, Ministério não cortou relações com Ordem dos Enfermeiros. Foi só o secretário de Estado
A decisão de suspender temporariamente as relações institucionais com a Ordem vincula só o secretário de Estado, Francisco Ramos, segundo o gabinete da própria ministra da Saúde.
Na sequência do comunicado divulgado ao final desta manhã pelo gabinete da ministra a anunciar o corte de relações - na sequência das posições assumidas pela bastonária da OE, Ana Rita Cavaco "em sucessivas ocasiões e, em particular, no que diz respeito à greve 'cirúrgica' - a Lusa contactou o gabinete de Marta Temido que esclareceu que a decisão vincula apenas o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.
Confirma-se assim que este corte inédito de relações não irá abranger o Ministério mas só um dos seus principais responsáveis.
No comunicado divulgado ao final da manhã, o gabinete de Marta Temido escreve que "o secretário de Estado considera não existirem condições para dar continuidade às reuniões regulares com a Ordem dos Enfermeiros, dado que a sua bastonária tem extravasado as atribuições da associação profissional que representa". O mesmo comunicado referia ainda que "esta suspensão temporária não colocará em causa as relações entre o Ministério da Saúde e os profissionais de enfermagem".
Em declarações à agência Lusa, a bastonária dos Enfermeiros disse que a decisão lhe foi comunicada durante uma reunião de trabalho que estava marcada, tendo outros assuntos em agenda, como a substituição de enfermeiros nos serviços.
Ana Rita Cavaco salientou que o secretário de Estado lhe disse que se tratava de uma posição pessoal, mas que na segunda-feira também o gabinete da ministra da Saúde cancelou uma reunião marcada com a Ordem para dia 12 deste mês.
"Insisti várias vezes para rever a posição, porque nestas posições não há lugares a estados de alma nem a questões pessoais. Estamos todos a cumprir uma missão e o que está em causa é o país", afirmou a bastonária.
Coincidência ou não, esta foi precisamente a expressão utilizada pelo ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, num comentário enigmático na sua página do Facebook: "O Estado e o interesse público são sempre melhor servidos quando se evitam os 'estados de alma'...".