António Costa falava no final do comício socialista de Leiria, numa alusão ao mais recente relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) sobre a evolução do défice em Portugal até ao final do primeiro semestre, em que terá atingido 4,7% e que compara com a meta do executivo de 2,7% para 2015.

"A verdade é como azeite e, ainda mais grave do que o défice de 2014, é que a evolução da execução orçamental deste ano põe claramente em risco o cumprimento das metas deste ano. Eles [Governo], nos primeiros seis meses do ano, já gastaram 80% do que podiam gastar. Como se fosse possível a uma família gastar 80% nos primeiros 15 dias do mês, vivendo com 20% na segunda metade do mês", declarou o líder socialista.

No comício de Leiria, António Costa retomou as críticas à "dupla Passos Coelho e Paulo Portas" sobre as consequências do adiamento do Novo Banco, dizendo que "pior do que a incompetência" na política financeira "é a falta de respeito pelos portugueses" com a argumentação utilizada para justificar "o fracasso".

António Costa sustentou que os dois principais objectivos do Governo no início da legislatura passaram pela redução da dívida e do défice e que ambos "fracassaram". "Temos de dizer à dupla Passos Coelho e Paulo Portas que estão enganados se acham que podem andar sempre a mentir e a enganar os portugueses", acrescentou.