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PS bate recorde de câmaras municipais, PSD tem o pior resultado de sempre

O Partido Socialista conseguiu este domingo o seu melhor resultado de sempre em eleições autárquicas, que tinha sido atingido em 2013, ao conquistar 158 câmaras municipais. O PSD, sozinho ou coligado, não chegou a 100, pior marca desde 1976.

Bruno Simão
02 de Outubro de 2017 às 04:35
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O mapa autárquico português está ainda mais pintado em tons rosa do que há quatro anos. Parecia difícil o PS conseguir manter as 150 câmaras conquistadas em 2013, ainda com António José Seguro no Largo do Rato, mas isso aconteceu e o PS ainda reforçou essa votação, passando agora a liderar 158 municípios, com 99,6% dos votos contados. 

Um resultado histórico, mesmo com Medina a não conseguir renovar a maioria absoluta de António Costa em Lisboa - fica com oito vereadores, menos três do que os que tem agora.

Já o PSD, que tentava recuperar do desastre autárquico de há quatro anos, que foi o pior de sempre, ainda o agravou e não conseguiu sequer chegar à marca de 100 câmaras, ficando-se por 96 municípios (igualmente sem estarem todos os votos contados). A performance foi particularmente desastrosa em Lisboa – onde Teresa Leal Coelho segue na terceira posição, com 11,4% dos votos e ligeira vantagem sobre João Ferreira, da CDU (9,4%). No Porto também foi um desastre: Álvaro Almeida conseguiu 10,9% dos boletins, o que equivale a metade dos votos conquistados em 2013 por Luís Filipe Menezes.

 

Em Lisboa, que tem um executivo de 17 vereadores (incluindo o presidente), o PSD não deve ir além de dois mandatos, e no Porto, com 13 vereadores, só tem um. Várias individualidades social-democratas pediram para Passos Coelho se demitir, tendo este anunciado que vai fazer uma "reflexão" sobre se se recandidata novamente à liderança do partido. Nem a Madeira salvou o PSD – até 2013, os social-democratas lideravam as 11 câmaras. Há quatro anos ficaram com apenas quatro e, este domingo, passaram a ter apenas três.

 

PS brilha no Alentejo e ajuda a ofuscar PCP

 

A noite correu especialmente de feição aos PS no Alentejo, onde os socialistas roubaram diversos municípios ao PCP, que, tal como o PSD, registou o seu pior resultado em eleições autárquicas de sempre, passando a ter apenas 24 câmaras municipais. Um resultado desastroso que se materializou depois de o PS ter protagonizado duas vitórias surpreendentes em dois bastiões comunistas - Barreiro e Almada.

O PS também conquistou a maioria das presidências de junta - 1.304 (incluindo coligações), um resultado superior ao de 2013 e que deixa a quilómetros o PSD, que conseguiu 820 freguesias. O PCP fica novamente mal nesta fotografia, passando de 170 para 139 juntas de freguesia.

 

O CDS, embalado por um resultado histórico em Lisboa, onde deverá conseguir entre três a quatro vereadores, também reforçou as suas presidências de câmara - às cinco que conquistou em 2013, e que manteve este domingo, juntou a câmara de Oliveira do Bairro, que "roubou" ao PSD.

 

O Bloco de Esquerda, que tinha como objectivo recuperar a câmara de Salvaterra de Magos – a única a que já presidiu, ficou-se pelas intenções e obteve um "resultado modesto", como qualificou a coordenadora Catarina Martins. Ainda assim, os bloquistas conseguiram voltar a eleger um vereador na câmara de Lisboa, que será Ricardo Robles.

 

Independentes, com Isaltino à cabeça, aumentam presidências de câmara

 

A abstenção foi de 45%, abaixo da registada em 2013 (47,2%), travando assim uma tendência de subida que se verificava desde 2005. Já os candidatos independentes conquistaram pelo menos 17 câmaras, incluindo Oeiras, onde Isaltino Morais conseguiu vencer com maioria absoluta – 41,7% – depois de ter estado preso, tendo esmagado o seu delfim, Paulo Vistas, que ficou em segundo lugar, com 14%, à frente de Joaquim Raposo do PS.

 

Em 2013, os movimentos independentes tinham conquistado "apenas" 13 câmaras municipais. Tal como há quatro anos, Rui Moreira voltou a vencer a câmara do Porto, mas desta vez com maioria absoluta.

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