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Costa: Vitória em toda a linha do PS reforça geringonça

O primeiro-ministro considera que os resultados das autárquicas têm uma leitura nacional que passa, desde logo, pelo reforça da actual solução governativa. António Costa rejeita encontrar derrotados à esquerda e diz que há só um grande derrotado: o PSD.

Bruno Colaço
01 de Outubro de 2017 às 23:42
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São três as conclusões que António Costa retira das eleições autárquicas realizadas este domingo: uma vitória clara do PS que sai reforçado em toda a linha; uma clara derrota da direita, em especial do PSD; e um reforço da "mudança" representada pela geringonça que decorre dos dois primeiros pontos salientados pelo primeiro-ministro. 

Ladeado pela secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, e pelo presidente, Carlos César, o líder do PS começou por destacar "a maior vitória eleitoral de toda a história" do partido. Numa altura em que os resultados não são ainda finais, António Costa garantiu desde já que, face às eleições de há quatro anos, o PS teve "mais votos, mais mandatos, mais presidências de câmaras e freguesias e viu reforçada a posição nas associações nacionais de municípios e freguesias".

Depois de em 2013 ter alcançado o melhor resultado autárquico de sempre, o PS partia para estas eleições com 150 presidências de câmara, um resultado que se antevia "muito difícil" de superar, reconheceu Costa. Porém, o PS "não só manteve como viu reforçado o número de câmaras", disse o primeiro-ministro que passou de seguida à análise nacional dos resultados.

 

Se há quatro anos o PS ficou "três pontos à frente da direita, hoje ficou pelo menos 10 pontos", atirou o secretário-geral do PS. Este resultado "reforça o PS e a força de mudança da maioria que no quadro parlamentar se iniciou há dois anos", prosseguiu notando que a geringonça permitiu uma políticas que operaram também uma "mudança de resultados". "Com estas eleições essa mudança é reforçada", concluiu.

 

Já sobre se o mau resultado conseguido pelo PCP poderá ser contraproducente para a relação no seio da solução de governo, até por poder adensar aspirações socialistas de uma maioria absoluta nas legislativas de 2019, Costa defendeu que o resultado é "muito mau para a direita" e rejeitou procurar derrotados à esquerda.

 

Houve uma "derrota da direita, em particular do PSD", insistiu o líder socialista que reitera que "a vitória do PS não é a derrota de nenhum dos seus parceiros parlamentares. É a vitória do PS".

 

Mantendo uma leitura nacional das eleições locais, António Costa sustentou que "estando neste momento a meio do caminho" no que à governação diz respeito, agora "é necessário dar continuidade e força" às políticas iniciadas há dois anos e que o primeiro-ministro repete terem permitido voltar a página da austeridade.

 

Costa promete "maior reforma do Estado desde 1976"

 

O prometido plano de descentralização das competências do Estado vai avançar duma vez por todas, afiança António Costa que assegura que "o próximo mandato autárquico será o mandato da descentralização".

 

Costa não se mostrou comedido, e depois de este Governo já ter anunciado a maior reforma florestal que o país já conheceu, prometeu aproveitar o plano de descentralização para realizar "a maior reforma do Estado que o país teve desde 1976". A atribuição de novas competências ao poder local é "condição essencial para uma melhor gestão das nossas finanças públicas" e para o "desenvolvimento e coesão de todo o território nacional", notou.

 

Será nesse contexto que o Governo procurará "passo a passo reduzir o défice e a dívida". Costa disse ainda que a partir deste momento começa a preparação do próximo programa de fundos comunitários pós-2020, com o primeiro-ministro a assegurar que os "autarcas hoje eleitos terão um papel central na definição" das prioridades desses fundos.

 

São estes os planos do chefe do Executivo socialista que estabelece como grande objectivo conseguir uma "década de convergência com a União Europeia", isto após os bons resultados económicos alcançados pelo Governo terem permitido, nos últimos nove meses, crescermos acima da média europeia pela primeira vez desde o início do século".

(Notícia actualizada às 00:15)
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