Notícia
Quase 5% foram às urnas votar em branco ou anularam o boletim
Mais de 233 mil votos depositados pelos eleitores portugueses nas assembleias de voto acabaram por não ser somados ao pecúlio de qualquer partido ou movimento concorrente às eleições autárquicas deste domingo.
Falta de identificação com os candidatos, protesto contra a classe política, discordância sobre o método de eleição, tentativa de retirar legitimidade ao sistema. Podem ser muitas as motivações para o voto em branco ou nulo, que nestas autárquicas foram a opção de quase 5% dos mais de cinco milhões de eleitores que se deslocaram às urnas.
Deixar o boletim de voto em branco foi a escolha feita por 2,63% do eleitorado, ou seja, de quase 135 mil votantes este domingo, 1 de Outubro. Se, por um lado, foram menos do que os 3,87% que o tinham feito nas últimas eleições locais em 2013, por outro lado, houve uma subida, quer em percentagem (2,1%) quer em número absoluto (113 mil) face à derradeira chamada às assembleias de voto, nas legislativas de Outubro de 2015.
Embora permita até uma maior liberdade criativa, com palavras de ordem ou desenhos, o voto nulo continua a ser menos popular do que o branco em Portugal. Ainda assim, apesar de ter perdido força em relação às anteriores autárquicas, quando chegou perto dos 3%, quase 2% dos votos foram anulados durante a contagem de ontem à noite. As cruzes assinaladas involuntariamente fora do quadrado provocam também a anulação do voto. Este é um fenómeno que subiu igualmente face às legislativas disputadas há dois anos e que originaram a chamada "geringonça".
Quando já estão apurados os resultados na quase totalidade das 3.092 freguesias, a percentagem de votantes ascende a 54,94% dos que estavam recenseados para votar nestas eleições autárquicas, que tiveram o PS como grande vencedor e que podem levar à saída de cena do líder social-democrata, Pedro Passos Coelho.