Notícia
PCP perde bastiões históricos. PSD com derrota pesada. PS vencedor sem maioria em Lisboa
Rui Moreira conquistou a maioria absoluta no Porto; Isaltino Morais regressa a Oeiras pela porta grande: com maioria absoluta. PS perde maioria em Lisboa. O PSD sai como o grande derrotado destas eleições, mas a CDU também não saiu bem desta noite eleitoral. O Negócios seguiu a noite eleitoral.
- As cores políticas que pintam o mapa do poder local de 1976 a 2013
- Abstenção pode ficar abaixo de 2013
- Duarte Cordeiro: “Teremos maioria absoluta”
- Lisboa: Medina pode ter maioria, Cristas em segundo. PSD é a desilusão
- Machado vence em Coimbra
- Telmo Correia: Sondagens apontam para que CDS caminhe "para um momento histórico" em Lisboa
- José Eduardo Martins confirma que PSD "não atingiu objectivos" em Lisboa
- Isaltino volta a ganhar Oeiras e pode ter maioria absoluta
- Primeira câmara eleita é do PS: Vila Velha de Ródão
- PS fala em "grande vitória"
- Rui Moreira vence eleições no Porto
- Santana: Resultado do PSD "vai dar muito que pensar"
- Mortágua dá como "garantida" eleição de Robles em Lisboa
- Vistas: "Sinceramente fico surpreendido" com vitória de Isaltino
- TVI-Intercampus: PSD em risco de eleger apenas um vereador em Lisboa e Porto
- PSD mantém Câmara do Sardoal
- PCP mantém câmara de Mora
- Manuel Machado rejeita falar já em vitória
- Mais 25% dos votos já estão contados
- Luísa Salgueiro recupera “bastião” Matosinhos para o PS
- PS dá "festival" em Paredes de Coura
- Ferreira Leita "atónita" diz que Passos "não tem" condições para continuar líder
- Ex-presidente do PSD/Lisboa pede a Passos que "assuma responsabilidade política"
- Candidatura de Álvaro Almeida (PSD/PPM) ao Porto congratula Moreira
- PS esmaga PSD na primeira câmara eleita na Madeira - Porto Moniz
- Presidente de Pedrógão muda do PSD para o PS e volta a vencer
- PSD admite derrota nas autárquicas mas iliba Passos Coelho de responsabilidades
- Com 50% dos votos contados, PS conquista 32 Câmaras
- Assunção Cristas: “Esta é uma noite histórica para o CDS”
- Marques Mendes admite que Passos não se recandidate à liderança do PSD
- Narciso Miranda assume desilusão e diz que só perde quem desiste
- Moreira arrasa Rio: “Autárquicas do Porto não são primárias secretas do PSD”
- Pizarro não perdoa Moreira: "O PS travou esta batalha em condições terríveis"
- Teresa Leal Coelho: “Este resultado é da exclusiva responsabilidade da equipa”
- "Houve desvio de votos" para Moreira no Porto - Álvaro Almeida (PSD/PPM)
- Marco Martins (PS) diz que Gondomar dá ao país lição antipopulismo
- Isaltino Morais: “Ao votarem na nossa candidatura disseram o que queriam para Oeiras”
- João Ferreira diz que CDU vai "pesar na luta pelo direito à cidade"
- Basílio Horta reclama vitória em Sintra
- Cristas promete oposição firme e construtiva
- Paula Teixeira da Cruz diz que "não há alternativa a Passos" na liderança do PSD
- Ricardo Rio dá alegria ao PSD em Braga
- Luísa Salgueiro (PS) assume vitória como reencontro de Matosinhos com o partido
- Jerónimo de Sousa: Perda de até 10 Câmaras é “um factor negativo”
- Robles garante que vai cumprir os quatro anos como vereador
- PS conquista quatro câmaras à CDU e CDS uma ao PSD
- Cisão no PS não impede vitória socialista em Barcelos
- Valentim Loureiro diz que foi derrotado pela "máquina" do PS em Gondomar
- Catarina Martins: Bloco de Esquerda “falhou dois objectivos”
- Eduardo Vítor Rodrigues (PS) garante vitória absoluta em Gaia
- Almeida Henriques reeleito em Viseu com “retumbante vitória”
- Isaltino é o único dos grandes "dinossauros" a vencer
- Medina fala de grande vitória em Lisboa
- Oficial: Moreira vence no Porto com maioria absoluta
- Pedro Adão e Silva: "PS pode crescer sem ser ao centro"
- Basílio Horta conquista maioria absoluta em Sintra
- PS perde a câmara de Vila do Conde pela primeira vez
- Bernardino Soares reeleito em Loures
- Isaltino conquista maioria absoluta
- PSD fica em quarto lugar em Gondomar
- "Belíssima" vitória em Almada surpreendeu Inês de Medeiros
- PS ganha Matosinhos sem maioria. Narciso fica em segundo
- André Ventura conquistou votos em Loures
- CDU mantém câmara de Évora
- Coligação PS/Livre conquistou ao PSD a Câmara de Felgueiras
- Medina ganha mas perde a maioria absoluta
Os números provisórios avançados pela RTP indicam que a abstenção pode variar entre 42% e 47%. A SIC indicou que a abstenção pode ficar entre os 40,3% e os 44,8% e a TVI adianta que a taxa de abstenção pode ficar entre os 44% e os 48%.
Estes números são ainda provisórios porque nos Açores ainda se vota, tendo em conta a diferença horária.
Responsáveis de vários partidos fizeram um primeiro comentário a esta estimativa sobre a taxa de participação, revelando satisfação caso se venha a confirmar que a abstenção ficou abaixo dos registos de 2013.
"Temos uma expectativa grande de que a afluência seja positiva e isso seja um sinal muito relevante", disse o socialista Porfírio Silva, aos jornalistas a partir de um hotel de Lisboa onde o PS montou o quartel-general.
Este é um "indicador de tempo novo, de maior participação na democracia", afirmou Pedro Soares, o coordenador autárquico do Bloco de Esquerda.
As sondagens apontam para que se registem "os melhores resultados de sempre do PS na cidade de Lisboa", afirmou Duarte Cordeiro, número dois de Fernando Medina.
Os números dizem que "Medina foi eleito presidente", o que demonstra uma "enorme confiança no futuro" para a cidade de Lisboa.
"Teremos maioria absoluta e conquistaremos mais juntas de freguesia", salientou.
"Os resultados serão históricos", concluiu.
Também a projecção da RTP coloca Machado como vencedor, embora com um intervalo de votação inferior entre 32% e 36%. A projecção do canal pública atribui um intervalo de votação para o PSD de 26%-29%, enquanto a candidatura independente protagonizada por José Manuel Silva alcança entre 16% e 19%.
Nesta altura está em cima da mesa a possibilidade de o PS conseguir a maioria absoluta em Coimbra.
"Estamos acompanhar eleições com grande serenidade e tranquilidade. Mas também com uma enorme confiança", afirmou Telmo Correia, do CDS, numa pequena declaração onde salientou o nível de abstenção, que terá diminuído.
"É muito cedo para sabermos" os resultados, mas as projecções para Lisboa apontam para que o CDS caminhe "para um momento histórico".
O mandatário da candidatura lisboeta laranja, José Eduardo Martins, começou por dizer que "é ainda obviamente cedo para comentar resultados" para reconheceu que "já não é cedo para dizer que, inequivocamente, o PSD não atingiu os seus objectivos" que passavam por "ganhar".
Já sobre o facto de as projecções à boca das urnas colocarem Teresa leal Coelho atrás da candidatura centrista encabeçada por Assunção Cristas – existe também a possibilidade de a CDU ficar à frente da candidata do PSD – Eduardo Martins admitiu que "se isso se vier a verificar é um resultado muito negativo" e pelo qual os candidatos lisboeta assumirão as respectivas responsabilidades.
De acordo com as sondagens da Católica para a RTP, Isaltino deverá ter obtido entre 42 a 46% dos votos, o que lhe deverá garantir 5 a 6 vereadores (precisa do sexto para ter maioria, uma vez que em Oeiras são 10). A sondagem da Intercampus atribui-lhe 42,2 a 47,2% dos votos.
A projecção da RTP/Católica atribui ao actual autarca Paulo Vistas entre 13 a 15% dos votos, o que deverá garantir dois vereadores. O PS, com Joaquim Raposo, deverá ter de 12 a 14% dos votos, e igualmente dois vereadores. O candidato do PSD, Ângelo Pereira, deverá ter recolhido 8 a 10% dos votos (um vereador), tanto quanto Heloísa Apolónia, da CDU.
A número dois do partido destacou os resultados de Lisboa, afirmando que o resultado esperado para Fernando Medina - que pode ter maioria absoluta - é "o melhor resultado de sempre numa primeira candidatura socialista".
Ana Catarina assinalou também a "notável recuperação do PS face às autárquicas (2013) e legislativas (2015)".
Mais tarde, Santana fala já em resultados "muito maus" e sobre a hipótese de, em Lisboa, o PSD ficar em quarto, atrás da CDU, reconhece que "é mau demais para ser verdade".
Na reacção às projecções, Mariana Mortágua deu como "garantida" a eleição de Ricardo Robles como vereador da câmara de Lisboa.
A deputada do Bloco de Esquerda disse ainda que os resultados apontam ainda para o reforço eleitoral do Bloco em todo o país.
À RTP, Vistas preferiu destacar o facto de ter havido uma "grande adesão às urnas" e deu "os parabéns aos vencedores em Oeiras". Questionado sobre se aceita coligar-se com Isaltino, Vistas não se quis comprometer. "Vou reflectir, as decisões aqui são tomadas depois de ouvirmos as pessoas que estão nos órgãos desta associação".
Em 2013, Paulo Vistas candidatou-se no Movimento Isaltino Oeiras Mais à Frente e, este ano, manteve o movimento, deixando cair a referência ao antigo presidente. As sondagens colocam Joaquim Raposo, do PS, muito perto de Vistas, com 12 a 14% dos votos (1 a 2 vereadores), e o PSD a encaixar tanto como a CDU: 8 a 10% (um vereador).
A projecção da Intercampus para a TVI apresenta como cenário a possibilidade de as candidaturas do PSD nas duas principais cidades do país, Lisboa e Porto, não ir além da eleição de um vereador em cada uma delas.
Na melhor das hipóteses para o PSD, esta projecção atribui a possibilidade de serem eleitos dois vereadores nestas cidades.
Apesar de todas as projecções apontarem para uma clara vitória do candidato socialista à câmara de Coimbra, Manuel Machado prefere esperar pelos resultados oficiais e notar que nestas eleições autárquicas "o poder local sai fortalecido" com o aumento da participação.
Ainda assim, Machado admite que "pressinto que os eleitores confiaram em mim". Já sobre a possibilidade de alcançar os seis vereadores que garantem a maioria absoluta, Manuel Machado diz que "nada disso me faz estranhar" mas insiste em esperar pelo "apuramento final" do escrutínio.
Com 25,55% dos votos contados, estão apuradas 790 freguesias de um total de 3.092. Já foram atribuídos 48 mandatos, de um total de 2.026.
Nesta altura, há já cinco vencedores de Câmara: Vila Velha do Ródão, Mora, Sardoal, Paredes de Coura e Porto Moniz.
Luísa Salgueiro vai ser a presidente da Câmara de Matosinhos, com a projecção da Intercampus para a TVI a atribuir entre 34,8% e 39,8% dos votos à candidata do PS. A deputada consegue assim recuperar este "bastião" do partido, que nos últimos quatro anos tinha sido governado pelo movimento independente afecto a Guilherme Pinto, que em 2013 se tinha candidato contra o "seu" partido de sempre.
Em segundo lugar, com uma votação entre 16,9% e 20,9% e a possibilidade de eleger dois a três vereadores, ficou António Parada: candidatou-se agora como independente depois de há quatro anos ter sido o candidato do PS. Já o histórico Narciso Miranda, outro "dissidente" socialista, é remetido para o terceiro lugar (14,5% - 18,5%, 2 ou 3 mandatos). A mesma estimativa dá 8% a 11% ao social-democrata Jorge Magalhães e entre 4,9% e 7,9% a José Pedro Rodrigues (CDU), que pode ainda ser eleito. Longe da vereação fica o bloquista Ferreira dos Santos (3,1% - 6,1%).
O candidato do PS à câmara de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira, que é o presidente do município desde 2013, venceu de forma esmagadora as eleições para o município que é famoso pelo seu festival de Verão: o socialista venceu com 76,5% dos votos, deixando longe, muito longe, o candidato do PSD, Venâncio Fernandes, com 14,4%.
A vitória foi tão estrondosa que o PS ficou com todos os vereadores: cinco. Em 2013, o PS já tinha ganho com maioria absoluta, mas com 53,4% dos votos, o que permitiu segurar "apenas" três vereadores. O PSD teve 36,5% dos votos, segurando dois vereadores.
A CDU recolheu 4,7% dos votos, melhorando ligeiramente o resultado de há quatro anos.
Manuela Ferreira Leite disse estar "um bocadinho atónita e chocada" com aquilo que, segundo as projecções, são "resultados demasiado maus para uma pessoa que, como eu, gosta do partido".
A antiga presidente do PSD e conhecida critica da actual liderança social-democrata afirma que "não é indiferente os resultados em Lisboa e no Porto" e pede que não seja feita uma análise "profundamente injusta e até pouco honesta" de "culpabilizar os candidatos" por estes resultados.
Depois de notar que "o núcleo duro do PSD desapareceu", Ferreira Leite afiançou que Passos Coelho "não tem" condições para continuar a liderar o partido.
A candidatura de Álvaro Almeida (PSD/PPM) ao Porto congratulou já Rui Moreira pelo resultado nas eleições desta noite, tendo o mandatário António Tavares assinalado que "uma parte do eleitorado" não acreditou na proposta do partido.
"O dr. Álvaro Almeida já endereçou os parabéns a Rui Moreira, que as sondagens indicam que será o futuro presidente da Câmara Municipal do Porto", afirmou pouco depois das 20:30 o mandatário da candidatura, acompanhado pelo director de campanha Pedro Sampaio.
Numa altura em que as projecções apontam para um intervalo entre os 8% e os 11% dos votos para o movimento "Porto Autêntico", o mais baixo de sempre do partido na cidade, o mandatário afirmou que "o PSD compreendeu também, neste momento, aquilo que parecem ser os resultados e a atitude do seu próprio eleitorado".
"Há uma parte do nosso eleitorado [que] infelizmente não acreditou na nossa proposta política. Vamos esperar. Cerca das 21:30, Álvaro Almeida fará uma declaração", disse.
Referiu ainda que "tudo indica" que a abstenção baixou, o que "é um bom sinal, um sinal de que o sistema democrático e a participação dos cidadãos foi muito importante para esse resultado".
"As pessoas mobilizaram-se, foram às urnas e isso para o PSD é um sinal que deve ser devidamente realçado", referiu.
Nas eleições autárquicas de 2013, o PSD/PPM foi a terceira força política mais votada no Porto com 21,06% dos votos, tendo eleito três vereadores.
Concorreram este ano à Câmara do Porto o independente Rui Moreira, apoiado pelo CS-PP e MPT, o socialista Manuel Pizarro, Álvaro Almeida, pela coligação PSD/PPM, Ilda Figueiredo, da CDU, João Teixeira Lopes, do BE, Bebiana Cunha, do PAN, Costa Pereira, do PTP, Sandra Martins, do PNR e Orlando Cruz, do PPV/CDC.
Porém, esse impulso não chegou ao Porto Moniz, uma das câmaras que mudou para as mãos do PS há quatro anos. Em 2013, os socialistas venceram mas com uma margem bem curta, 49,1%, com o PSD logo a morder os calcanhares com 46,5%. Desta vez, o PS venceu sem margem para dúvidas: 65,4% dos votos face a 21,4% do PSD.
Falta perceber se, nas restantes 10 câmaras, o PSD consegue dar a volta ao péssimo resultado de 2013.
Valdemar Alves, presidente em exercício da câmara de Pedrógão Grande, eleito há quatro anos nas listas do PSD e que agora se apresentou à corrida pelo PS, foi reeleito edil daquela autarquia.
Este foi o concelho que esteve no centro das atenções devido à tragédia de Junho último que provocou dezenas de mortes.
Pouco mais de uma hora depois de terem fechado as urnas em todo o território nacional, o coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreiras, assumiu que o partido saiu derrotado das eleições autárquicas que hoje se realizaram. "Dos resultados que se vão conhecendo, não é expectável que tenhamos cumprido o objectivo a que nos tínhamos proposto: ganhar o maior número de câmaras", reconheceu.
O caso é especialmente negro no Porto e em Lisboa, concelhos em que o PSD não irá além do terceiro lugar – na capital há ainda a possibilidade de ficar em quarto lugar, atrás da CDU. Carreiras recusou dramatizar. "Não cumpre os objectivos a que nos propusemos num município e noutro, isso é evidente". Mas "o país não é só Lisboa e Porto, há mais 306 municípios", e o partido prefere olhar para o quadro geral de 308 municípios.
E quanto à responsabilização do líder do PSD? Carreiras preferiu assumir o papel de pára-raios. "Se há que apurar responsabilidades, é minha a nível nacional e repartida por todas as estruturas concelhias" e candidatos a nível nacional. E Passos Coelho? "Não foi candidato a nenhuma câmara nem nenhuma freguesia, foi candidato a legislativas" e com "uma proposta vencedora".
"Não temos nenhuma razão para fazer uma extrapolação de nível local para nível nacional", acrescentou.
O PS segue com 32 Câmaras conquistadas, numa altura em que estão já contabilizados mais de 50% dos votos.
O PSD conquistou 15 municípios, mais duas em coligação com o CDS. O PCP quatro e o movimento MICRE venceu em Reguengos.
A noite eleitoral correu bem ao CDS e Assunção Cristas é reflexo disso. A líder centrista, e candidata à câmara de Lisboa, deverá ter conquistado o segundo lugar na capital, e garante que o partido conseguiu manter e reforçar as suas cinco presidências de câmara, que conquistou em 2013. "Esta é uma noite histórica para o CDS. É uma noite histórica para o nosso partido", reagiu.
"Posso dizer-vos hoje que os objectivos foram superados", com as cinco câmaras lideradas por candidatos centristas "garantidas" e "reforçadas". No Porto, o candidato Rui Moreira, apoiado pelo CDS, teve um "resultado muito positivo" – que poderá não chegar à maioria absoluta, e Assunção Cristas já lhe telefonou "para o felicitar". Cristas deu ainda as boas vindas aos eleitores que votaram pela primeira vez no CDS.
"Não me surpreenderia muito que Passos Coelho tomasse a decisão, hoje ou terça-feira, de dizer que sai – que não se candidata novamente." A declaração é de Marques Mendes, na SIC, onde o comentador político antecipa que se Passos não o fizer terá a sua vida transformada "num inferno completo". O ex-presidente social-democrata classifica os resultados do PSD nestas autárquicas como uma "hecatombe". "Agora já não são sondagens", lembra, acrescentando que os maus resultados não foram só em Lisboa e Porto, mas também nos grandes centros urbanos.
"Não ganhei as eleições, mas recordo uma frase de Mário Soares e Salgado Zenha que me orienta na vida e que vou continuar a seguir de que só perde quem desiste", disse na sua sede de candidatura, numa altura em que as projecções apontam para um intervalo entre os 14,5% e os 18,5% % dos votos, atrás de Luísa Salgueiro (PS) e António Parada (independente).
Assumindo estar "um bocado desiludido", Narciso Miranda não respondeu quando questionado se iria ou não assumir um lugar na vereação, dizendo apenas que irá continuar ao serviço de Matosinhos e dos matosinhenses.
Narciso Miranda, que entre 1977 e 2005 liderou a câmara pelo PS, enalteceu ainda a "normalidade" com que decorreram as eleições.
"Gostaria de dizer que fico muito satisfeito com a maneira como decorreram as eleições em Matosinhos, mas tenho muita pena que a participação continue a ser demasiadamente baixa para umas eleições tão importantes", vincou.
O independente acrescentou ainda ter "sido muito positivo" ver os outros candidatos a aderirem às suas propostas, sublinhando que quem ganhou com isso foi Matosinhos.
"Há que saber ler democraticamente os resultados, dou os parabéns a todos aqueles que participaram pela positiva neste processo, estamos aqui para continuar a trabalhar", adiantou.
Nas eleições autárquicas de 2009, Narciso Miranda concorreu também como independente à câmara, tendo sido derrotado por Guilherme Pinto, eleito pelo PS que, em 2013, foi reeleito, mas desta vez como independente.
Concorreram à Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, Luísa Salgueiro (PS), Jorge Magalhães (PSD), José Pedro Rodrigues (CDU), Ferreira dos Santos (BE), Filipe Cayolla (PAN), Narciso Miranda (independente) e António Parada (independente com apoio do CDS-PP).
Durante este mandato, o município foi liderado pelo independente Guilherme Pinto, que morreu em Janeiro deste ano, tendo o vice-presidente, Eduardo Pinheiro, assumido depois o cargo.
Rui Moreira deixa "profundo agradecimento" ao CDS e ao eleitorado pela "confiança num projecto independente e sério". O autarca da Invicta não poupou os "condicionamentos" socialistas e apontou rostos na derrota do PSD, entre os quais o de Rui Rio, putativo candidato à sucessão de Pedro Passos Coelho na liderança do partido.
O candidato do PS mostrou que não perdoou a Rui Moreira. "O PS travou esta batalha eleitoral em condições terríveis, nos não esquecemos o que aconteceu a 6 de Maio, quando alguém rompeu um acordo que estava estabelecido", sublinhou, aludindo ao rompimento do acordo de coligação pré-eleitoral que Rui Moreira tinha com o PS.
A ruptura surgiu depois de Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, ter dito que uma vitória de Moreira seria assumida como uma vitória do PS.
Teresa Leal Coelho, candidata pelo PSD na Câmara Municipal de Lisboa, assumiu as responsabilidades dos resultados eleitorais, cujas sondagens apontam para que possa ficar em quatro lugar, atrás do CDS e da CDU.
"Este resultado que a minha candidatura alcançou é da exclusiva responsabilidade da equipa" que esteve a trabalhar na campanha autárquica por Lisboa. Foi assim que Teresa Leal Coelho terminou o seu discurso, retirando desta forma a responsabilidade de Passos Coelho.
Antes, Teresa Leal Coelho saudou todos os que estiveram com a sua candidatura, bem como Fernando Medina.
Apesar da derrota, a candidata do PSD por Lisboa diz assumir "a responsabilidade" pelo programa apresentado e diz manter "bastante empenho para a trabalhar para os lisboetas" no futuro.
"Claramente houve um desvio de votos do eleitorado tradicional do PSD para a candidatura de Rui Moreira, em parte motivada pela preocupação do voto útil, para que o PS não ganhasse as eleições e o PSD foi penalizado por esse efeito", afirmou Álvaro Almeida, citado pela Lusa, sobre aquele que foi o pior resultado de sempre do partido na cidade do Porto.
O candidato independente, que liderou a coligação PSD/PPM, admitiu que o Porto Autêntico "não teve os resultados que pretendia".
"Sabíamos que ia ser difícil, fizemos o que pudemos, trabalhámos sempre durante estes meses para vencer, não conseguimos. E, por isso, temos de aceitar, são os resultados das eleições, o povo decidiu e está bem decidido, certamente", disse.
Marco Martins, que concorria contra o histórico Valentim Loureiro, surgiu na varanda da sede de campanha cerca das 22:10 e anunciou: "É a noite da vitória da democracia em Gondomar".
"Hoje, sai de Gondomar para todo o país uma grande lição de que na política não é preciso demagogia ou populismo. As pessoas querem trabalho e honestidade. Há quatro anos, pedimos uma oportunidade. Trabalhámos em quatro anos em condições possíveis muito difíceis, mas os gondomarenses deram-nos uma nova maioria para governar até 2021", referiu o socialista.
Marco Martins, que foi eleito em 2013 e agora se mantém à frente dos destinos da autarquia, tinha como adversário Valentim Loureiro, que presidiu à Câmara de Gondomar ao longo de 20 anos (cinco mandatos: três pelo PSD e dois como independente), não tendo concorrido em 2013 devido à lei de limitação de mandatos.
Depois de saudar as pessoas que com bandeiras faziam a festa no centro de Gondomar e de agradecer à sua equipa, o candidato socialista agora reeleito também deixou uma mensagem para os restantes candidatos.
"Estão todos convidados para construir um Gondomar de futuro", disse.
Marco Martins afirmou ainda que "Gondomar continua no rumo certo", destacando lutas em áreas como o ambiente e o investimento económico, e voltou de imediato aos recados.
"Não vale a pena vir cá ninguém assaltar o concelho. Somos nós que damos a resposta. Gondomar só tem um rumo: o futuro", concluiu.
Eram candidatos a Gondomar, no distrito do Porto, Marco Martins (PS), Rafael Amorim (PSD/CDS-PP), Valentim Loureiro (Independente), Daniel Vieira (CDU) e Rui Nóvoa (Bloco de Esquerda).
"Eu não sei ainda os resultados eleitorais. Ainda não sei quais são os resultados definitivos. A vitória já a tivemos, e é uma grande vitória dos oeirenses", sublinhou Isaltino Morais no discurso de vitória, numa altura em que ainda não é certo se ganhou com maioria absoluta ou não.
"De acordo com as projecções conhecidas e com os primeiros resultados também conhecidos, estamos perante a possibilidade de um cenário muito provável de reforço da CDU em Lisboa", declarou João Ferreira, adiantando que o eventual reforço da coligação que junta comunistas, ecologistas e independentes na capital portuguesa acontece "num quadro político consideravelmente mais difícil do que há quatro anos".
No centro de trabalho comunista Vitória, em Lisboa, onde decorre a noite eleitoral da CDU, o candidato à Câmara da capital afirmou que o possível reforço da CDU vai "pesar na luta pelo direito à cidade", nomeadamente em áreas como a habitação, mobilidade, transportes públicos de qualidade, mais e melhores serviços públicos municipais, um melhor serviço prestado à população e outras políticas no domínio da juventude, apoio aos mais idosos, cultura e desporto.
"Não sendo ainda possível confirmar até onde vai este avanço e estando em aberto a possibilidade de a CDU se afirmar como a terceira força política em Lisboa, à frente do PSD, há uma coisa que podemos desde já garantir e que é que o reforço da CDU vai pesar no curso da vida da cidade nos próximos anos", disse João Ferreira, sublinhando a "grande campanha de esclarecimento e de mobilização" que fez na capital.
Nestas eleições concorreram à presidência da Câmara de Lisboa Assunção Cristas (CDS-PP/MPT/PPM), João Ferreira (CDU), Ricardo Robles (BE), Teresa Leal Coelho (PSD), o actual presidente, Fernando Medina (PS), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (PDR/JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).
O candidato socialista à câmara de Sintra reclamou a vitória que permite a sua reeleição. Basílio Horta virou-se para os críticos e garantiu que "depois das contas estarem feitas não houve uma promessa que não tivesse sido respeitada e cumprida"
Já sobre as críticas à falta de investimentos no concelho de Sintra ao longo do último mandato, Basílio Horta prometeu "grandes investimentos" para os "próximos seis meses". E para quem criticou o actual executivo camarário de fazer obra apenas no final do mandato, o edil ironizou dizendo que "a maior parte da obra aparece depois das eleições".
Assunção Cristas voltou a falar, no Larga do Caldas, aos apoiantes. Lembrou que fez o anúncio de que seria candidata a Lisboa em Oliveira do Bairro, câmara que o CDS-PP conquistou.
O economista Duarte Novo conquistou para o CDS-PP a presidência da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Aveiro, recuperando ao PSD uma autarquia a que presidiu entre 1989 e 2005.
Já em Lisboa, Cristas espera ter quatro mandatos.
"O CDS cresce na sua dimensão autárquica".
Sobre Lisboa, que, nas suas palavras, se tornou em algo maior do que o próprio CDS, Cristas promete "oposição firme e muito construtiva" a Medina. "Não sabemos fazer de outra maneira", declarou.
Paula Teixeira da Cruz falou aos jornalistas num hotel na zona de Belém, em Lisboa, onde esteve com a candidata social-democrata à presidência da Câmara Municipal, Teresa Leal Coelho.
Questionada sobre movimentações dentro do partido em prol de uma nova liderança, Paula Teixeira da Cruz foi taxativa: "Não as vejo, porque não há alternativa".
"Não há alternativa a uma pessoa séria, não há uma alternativa a alguém que lutou pelo país, que pôs o país a crescer depois de uma bancarrota. E, portanto, para mim não há uma alternativa", vincou.
O comentador político Luís Marques Mendes, antigo presidente do PSD, afirmou hoje que não ficaria surpreendido se Pedro Passos Coelho comunicasse a sua saída da liderança dos sociais-democratas, face aos resultados das eleições autárquicas.
Antes, também a antiga líder social-democrata Manuela Ferreira Leite considerou que Passos não tem condições para se manter na liderança.
Aos jornalistas, Paula Teixeira da Cruz considerou que Passos Coelho "é vítima de uma tremenda injustiça", uma vez que "salvou Portugal de uma bancarrota e ganhou as eleições subsequentemente".
Na sua opinião, o líder do PSD "é uma pessoa ímpar, íntegra" e "que se opôs a interesses", é "um estadista".
Por isso, defendeu, "há que fazer justiça a Pedro Passos Coelho".
Quanto aos resultados em Lisboa, onde o PSD deverá alcançar o terceiro ou quatro lugar na Câmara Municipal, a antiga ministra apontou que "amanhã começa uma nova era, e começa uma nova luta por valores éticos, começa uma luta pelos lisboetas, porque nem sempre quem sai derrotado deixa de fazer aquilo que tem de fazer".
"A guerra é outra coisa e, portanto, pelos lisboetas nós estaremos aqui", advogou.
Questionada sobre o que poderá ter corrido mal à candidatura do PSD em Lisboa, Paula Teixeira da Cruz afirmou não saber, mas culpou um "condicionamento democrático" pelo resultado obtido na capital.
"É um momento de particular alegria por o concelho de Matosinhos se reencontrar com o PS, o PS nunca faltou a Matosinhos e Matosinhos nunca faltou ao PS", afirmou na sua sede de candidatura, numa altura em que as projecções lhe dão um intervalo de 34,8% e 39,8% de votos.
Luísa Salgueiro, a primeira mulher eleita à câmara, referiu que o país estava curioso para saber se os socialistas em Matosinhos se tinham conseguido juntar ou se iam continuar divididos, sublinhando que a sua eleição é a prova da união da família socialista.
"Pois bem, está aqui a prova, somos exemplo, já nos unimos, daqui para a frente ninguém nos vai separar porque acima de tudo estão os interesses dos matosinhenses", acrescentou.
A Câmara Municipal de Matosinhos é um bastião do PS, dado nunca nenhum outro partido, além de independentes, a ter liderado.
O processo de escolha da candidata foi atribulado, depois da Distrital não ratificar o nome proposto pela Concelhia, optando por Luísa Salgueiro, levando a críticas e demissões.
Em noite de festa, Luísa Salgueiro reforçou a união do partido e vincou que o PS ganhou as eleições à câmara, à assembleia municipal e às quatro uniões de freguesias, tendo já cinco mandatos confirmados.
"Nós pedimos maioria absoluta para ter condições para governar com estabilidade a câmara, neste momento, isso ainda não é possível, temos de aguardar mais um pouco, mas espero ter maioria", afirmou.
Questionada sobre a estratégia a adoptar em caso de não ter maioria absoluta, a socialista garantiu que não vai abdicar dos seus projectos, princípios e compromissos.
"Só podemos governar com quem se reveja neles, não vamos desvirtuar os compromissos que assumimos com os matosinhenses, é muito cedo para se decidir, vai ser preciso conversar com outros eleitos, não sei como fica traçado o elenco", frisou.
A vencedora, aplaudida pelos muitos presentes no auditório, que, curiosamente tem o nome de um seu adversário, Narciso Miranda, independente e ex-socialista, ressalvou que não há eleitos, nem excluídos à partida.
Luísa Salgueiro afiançou que o principal objectivo é unir os matosinhenses para que o concelho volte a ser notícia pelas melhores razões e mostre ao país que são capazes de pôr o interesse comum à frente do seu próprio interesse.
A Câmara de Matosinhos era liderada pelo independente Guilherme Pinto, falecido em Janeiro deste ano, que, antes de morrer, se vinculou novamente ao PS, a quem a socialista dedicou a vitória. Em 2009, Guilherme Pinto venceu as eleições pelo PS.
O líder do PCP reconheceu a perda de câmaras para o PS, mas acredita que daqui a quatro anos essa perda será invertida. Já sobre o aumento dos votos no PS, Jerónimo de Sousa considera que os eleitores teriam mais a ganhar se tivessem votado na CDU.
Ricardo Robles falou já como vereador eleito por Lisboa, com o BE a ter novamente um vereador na capital o que já não acontecia desde 2009. Robles promete "assumir este mandato por inteiro".
Promete que nos próximos quatro anos "dedicarei o meu melhor à cidade de Lisboa", tendo já definido como prioridade para esse mandato a proposta de políticas sobre "habitação e transporte".
Num aparente recado aos candidatos da CDU e do CDS, João Ferreira e Assunção Cristas, que poderão não desempenhar os respectivos mandatos de vereadores, Robles defendeu que "quem se candidata a Lisboa tem de assumir isso como uma prioridade".
Segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna - Administração Eleitoral, às 23:00, o PS conquistou três câmaras da CDU - Alandroal (Évora), Barrancos (Beja), Castro Verde (Beja), Moura (Beja) e Constância (Santarém).
Em Barrancos, o PS ganhou à CDU por 38 votos (493 para os socialistas e os comunistas com 455), num concelho com 1.366 eleitores.
O CDS, com cinco câmaras nas autárquicas de 2013, reconquistou ao PSD a Câmara de Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro.
Ao PSD, o PS conseguiu retirar Bombarral (distrito de Leiria) e Alter do Chão (distrito de Portalegre).
O PSD conquistou ao PS as câmaras de Nordeste (Açores), Celorico da Beira (Guarda), Murça (Vila Real) e Castanheira de Pera (Leiria).
Miguel Costa Gomes vai cumprir um terceiro (e último) mandato à frente da Câmara de Barcelos. Protagonista de uma luta interna com o seu antigo n.º2 – Domingos Pereira abandonou mesmo a militância socialista e o cargo de deputado –, o homem que em 2009 roubou a Câmara ao PSD venceu agora com 41% (cinco vereadores). Ficou à frente do social-democrata Mário Constantino (32,8% e quatro vereadores) e do ex-líder da concelhia socialista, que consegue quase 18% e dois vereadores.
No discurso em que assumiu a derrota, o antigo autarca de Gondomar disse que "não falhou nada" na campanha que fez e que "os gondomarenses decidiram que querem ser governados pelo Partido Socialista cujo secretário-geral é o António Costa, que tem uma grande máquina para eleições" e meios que ele, como independente, "não tinha".
"Não travei nenhuma batalha política. Eu disponibilizei-me perante a insistência de muitos gondomarenses a candidatar-me à câmara", frisou Valentim Loureiro, reiterando que também não se candidatou "contra ninguém" e que a sua candidatura só foi considerada "após muito ter sido solicitado".
Questionado se irá assumir o cargo de vereador, Valentim Loureiro disse apenas que nos próximos dias "vai reunir" com quem o acompanhou na candidatura para "tomar decisões", na sequência dos resultados verificados.
A líder do Bloco de Esquerda salientou as vitórias do seu partido nas eleições autárquicas, mas destacou duas derrotas: não ganhou nenhuma câmara e não conseguiu travar maiorias absolutas.
O socialista Eduardo Vítor Rodrigues já reclamou a reeleição como presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, o município nortenho com mais habitantes. O sociólogo, que há quatro anos sucedeu a Luís Filipe Menezes na margem Sul do Douro, assegurou nas redes sociais que obteve uma "maioria absoluta expressiva" para a Câmara e que o PS conquistou também as 15 juntas do concelho. Num momento em que faltam ainda apurar mais de metade das freguesias, leva uma ampla vantagem para Cancela Moura, o candidato da coligação PSD/CDS.
O social-democrata Almeida Henriques repetiu a vitória em Viseu, um clássico reduto dos social-democratas, reforçando em quatro pontos, para 51,7%, a maioria que obtivera em 2013. Citado pela Lusa, o autarca viseense falou numa "retumbante vitória", que permitirá ter "uma voz mais forte no país". Ganha mais um vereador, num total de seis – roubou-o ao CDS-PP –, contra os três eleitos pelo PS, cuja candidatura foi encabeçada por Lúcia Araújo Silva.
Numa rápida primeira análise aos "dinossauros" mais mediáticos, só Isaltino teve sucesso ao reconquistar a câmara de Oeiras. Em Matosinhos, e embora só estejam contados 25% dos boletins, Narciso Miranda segue na segunda posição com 15,1% dos votos, atrás de Luísa Salgueiro (36,2%).
Em Gondomar (71% dos boletins contados), Valentim Loureiro faz pior: está em terceiro, com 20,6% dos votos, atrás do PS (39,1%) e da CDU (22%). Outro "dinossauro" do poder local, Joaquim Raposo, trocou a Amadora por Oeiras mas para se fixar igualmente na terceira posição (segundo as projecções) ou na segunda posição, à frente de paulo Vistas, com 60% dos votos contados.
Fernando Seara, que protagonizou uma insólita apresentação da sua candidatura à câmara de Odivelas, reúne 20,3% dos votos, com metade dos boletins já contados. Bem longe dos 44,1% do candidato do PS, actual presidente da câmara, Hugo Martins.
Fernando Medina, eleito presidente da Câmara de Lisboa, cargo que desempenhava mas por suceder a António Costa quando este assumiu a liderança do PS, salientou "uma grande vitória em Lisboa", dizendo que o PS ganhou "força para continuar o nosso projecto político. Ganhámos força e energia para aplicar o programa" que, disse, dinamiza a economia, cria emprego, e projecta Lisboa.
O PS conquistou mais duas juntas de freguesia em Lisboa, passando de 19 para 21 e fica com maioria na assembleia municipal. Além de ter conquistado a câmara de Lisboa pela quarta vez.
O resultado, salienta, dá ao partido "força para continuar", prometendo a "atitude de sempre, de falar verdade, olhos nos olhos" e uma atitude de "coragem, não ter medo de decidir, agir e construir o futuro da cidade de Lisboa".
Tendo o primeiro-ministro e líder do PS à sua frente, Medina assegurou querer a descentralização de competência. "Podemos gerir melhor que a administração central", uma certeza que levou Medina a dizer que o próximo mandato será marcado "pela certeza que vamos melhorar o transporte público".
Voltou, no discurso de vitória, às suas promessas eleitorais, de habitação acessível, SNS de qualidade (com construção de 14 centros de saúde e melhoria da rede de cuidados primários), ou ainda uma escola pública de qualidade.
"Estes resultados dão-nos força para cumprirmos o nosso programa", salientou, realçando que os "resultados não mudam a nossa natureza política, de afirmar a convicção de que a cidade é feita diversidade".
E prometeu diálogo com as restantes forças. E a procura de pontos de união. "Um maior denominador comum para que Lisboa possa avançar. O diálogo é necessário, a concertação é necessária, mas ao serviço da nossa cidade".
Nas perguntas, Medina realçou que as autárquicas "são sobre governação de uma cidade".
É oficial. Rui Moreira vai passar a governar a cidade do Porto com maioria absoluta, podendo assim dispensar acordos com as outras forças políticas representadas no Executivo camarário. Fechadas as contas, o movimento independente que lidera obteve 44,46% dos votos nas autárquicas. Pizarro também reforça o resultado de 2013 à custa do PSD, enquanto o Bloco de Esquerda falha por poucos votos a eleição de João Teixeira Lopes.
Numa altura em que estão apuradas 96,41% das freguesias, a CDU tem 20 câmaras, contra 34 nas eleições de 2013.
Entre as câmaras que a CDU perdeu para o PS estão Beja e Almada.
Basílio Horta renovou o seu mandato à frente dos destinos da Câmara de Sintra, tendo inclusivamente aumentado o seu poder, já que passou a ter maioria absoluta. O candidato do PS conquistou 43,05% dos votos, o que lhe dá seis mandatos. Em 2013, tinha conseguido 26,83%, o que lhe deu quatro mandatos.
É com estrondo que o PS perde a presidência da Câmara de Vila do Conde, que ocupava desde as autárquicas de 1976. E nem será preciso mudar a placa no gabinete presidencial: Elisa Ferraz, 67 anos, vai manter-se no poder, mas agora eleita pelo movimento NAU (Nós Avançamos Unidos) depois de se ter incompatibilizado com os socialistas. Quando estão contabilizados mais de 80% dos votos, a autarca lidera com 46% e remete para segundo lugar (32%) o candidato do partido, António Caetano, que foi o seu vice-presidente no último mandato. Com a questão da maioria absoluta ainda em aberto, merece também destaque a forte participação eleitoral: votaram 70% dos inscritos no concelho.
Entretanto, já apurados todos os votos, confirmou-se a vitória de Bernardino Soares, mas diminuiu em número de votos e em mandatos. Conquistou 32,76%, ou quatro mandatos, menos um do que há quatro anos.
O PS ficou em segundo lugar com 28,24% dos votos, conquistando o mesmo número de mandatos que a CDU.
Em terceiro surge o PSD, encabeçado por André Ventura que apesar de ter ficado em terceiro lugar, conquistou mais votos e mais um mandato do que o partido em 2013.
A Câmara Municipal de Oeiras vai voltar a ser liderada por Isaltino Morais, que conquistou a maioria absoluta, tendo conseguido 41,65%, o que lhe conferiu seis mandatos. Em segundo lugar surge o movimento liderado por Paulo Vistas, que conquistou 14,18% dos votos, ou dois mandatos.
Mas Valentim Loureiro conquistou a segunda posição, com dois mandatos.
Como terceira força aparece o PCP-PEV que ganhou dois mandatos, mais um do que em 2013, conquistando 15,38% dos votos.
"Claro que surpreendeu. Foi uma belíssima vitória. A CDU tinha maioria absoluta aqui, nunca perdeu a Câmara em 41 anos. Portanto, é, obviamente, uma vitória surpreendente e muito boa", começou por dizer à agência Lusa.
A deputada do Partido Socialista conseguiu um dos maiores feitos destas autárquicas, vencendo a Câmara de Almada (distrito de Setúbal) à CDU, que governava o município desde as primeiras eleições. Joaquim Judas era novamente candidato à presidência.
"Eu acho que há várias coisas que fizeram a diferença. Uma, obviamente, é que o PS também está com grandes resultados, não é só em Almada. E depois, é também o fim de 41 anos - 41 anos é muito tempo, há um cansaço que se instala", analisou Inês de Medeiros.
Em clima de festa, a futura presidente do município de Almada sublinhou que, agora que a campanha eleitoral acabou, é preciso que todos trabalhem "em conjunto e por Almada, pelas suas pessoas e pelo concelho, que tem tanta coisa boa, tantas potencialidades".
O PS vai, contudo, governar a autarquia com um executivo minoritário, já que conseguiu apenas quatro vereadores (31,25%), os mesmos que o PCP (30,93%).
"Temos tempo para ver isso tudo", respondeu, quando questionada sobre eventuais acordos no executivo.
Inês de Medeiros reconheceu que esta é uma noite muito feliz para si, mas também para o PS: "Há tantos anos que [o partido] aspirava isto, é um prazer enorme dar esta alegria às pessoas".
Narciso Miranda ficou na segunda posição, com 16,19% dos votos, o que lhe dá dois mandatos.
António Parada, que se candidatou como independente, embora recolhendo apoio do CDS, ficou em terceiro lugar, igualmente com dois mandatos. E com estas votações, o PSD fica como a quarta força política do concelho, ainda que tenha tido mais votos do que em 2013. O PSD conquistou 11,85% dos votos, contra os 9,31% há quatro anos.
André Ventura conquistou 21,55% dos votos no concelho de Loures, o que lhe deu três mandatos. Em 2013, a coligação PSD/MPT conseguiu 16% dos votos, o que correspondeu a dois mandatos.
Os votos roubados vieram da CDU, encabeçada por Bernardino Soares, que perdeu um mandato, e do PS, que apesar de perder votos manteve os quatro mandatos.
A CDU garantiu nova vitória em Évora, com o candidato Carlos Pinto de Sá a ser eleito com 40,52% dos votos. A coligação entre comunistas e Verdes mantém também os quatro mandatos alcançados nas eleições de 2013, pese embora tenha piorado a votação que há quatro anos foi de 49,30%.
O PS (26,39% com dois mandatos eleitos) ficou em segundo e o PSD em terceiro (14,90% com um mandato).
De acordo com os resultados oficiais, a força vencedora alcançou 47,43% dos votos, contra os 40,08% dos votos da coligação PSD/PPM, de Inácio Ribeiro, que governava a autarquia de Felgueiras, com maioria absoluta, desde 2009.
A derrota do PSD em Felgueiras ocorre 48 horas depois de o líder nacional, Pedro Passos Coelho, ter escolhido aquele concelho do Vale do Sousa para encerrar a campanha eleitoral.
A coligação Novo Rumo (CDS-PP e Nós Cidadãos) teve 5,5% dos votos, não elegendo qualquer vereador.
A coligação "Sim Acredita" também foi a mais votada na eleição para a Assembleia Municipal e conquistando algumas das mais maiores freguesias do concelho.
O "Sim Acredita" começou por ser um movimento independente de cidadãos, ao qual se juntou o PS, por iniciativa da Federação do Porto, que avocou o processo autárquico local face à incapacidade que o PS local assumiu em arranjar candidato. A estrutura socialista em Felgueiras, nomeadamente o seu líder Eduardo Bragança, não se envolveu, nem apoiou a candidatura de Nuno Fonseca.
Dirigindo-se à multidão que se concentrava junto à sede de campanha, Nuno Fonseca agradeceu o apoio e a confiança do eleitorado, prometendo muito trabalho nos próximos quatro anos para concretizar o programa com que se apresentou nestas eleições.
Em resultado disso, o novo executivo socialista da capital terá apenas oito vereadores, menos três do que agora (tem 11).
Esses três vereadores foram conquistados pelo CDS - que ficará com quatro mandatos no município - e pelo Bloco de Esquerda, que volta a eleger um vereador para o executivo lisboeta. O PSD fica com dois vereadores, tantos quanto os da CDU.
Com este resultado, Fernando Medina precisará de se coligar com algum partido para continuar a poder aprovar à vontade todas as suas propostas. Basta-lhe um voto, que poderá ficar garantido caso firme um acordo pós-eleitoral com o Bloco de Esquerda.
O PS acaba por garantir essas autarquias, numa noite em que clamou vitória. Apesar de ter perdido a maioria em Lisboa e no Porto não ter conseguido tirar a maioria a Rui Moreira. Tal como em Oeiras não conseguiu que o seu "histórico" autarca Joaquim Raposo roubasse a maioria ao regressado Isaltino Morais.