O primeiro-ministro assumiu ter fracassado no objectivo de garantir um médico de família a todos os portugueses e adiou essa meta para a próxima legislatura. Ainda assim, Passos Coelho elogiou os avanços alcançados na área da saúde, nos últimos quatro anos, apesar das restrições financeiras.   

"É verdade que não conseguimos médico de família para todas as famílias. Aumentámos em quase 700 mil, mas ainda temos 1,2 milhões de portugueses que não têm médico de família e esse objectivo tem de ser cumprido na próxima legislatura", afirmou o chefe do Governo, no debate televisivo com António Costa.

Contudo, lembrou, "hoje temos um sistema de saúde mais robusto do que aquele que herdámos. Há menos listas de espera, há mais hospitais, mais consultas, mais cirurgias. As pessoas pagam menos em medicamentos. O acesso à saúde foi facilitado. O objectivo há-de ser consolidar a melhoria da oferta", acrescentou.

Para o primeiro-ministro, o mais importante é agora "conseguir um aumento da liberdade de escolha dentro do sector público". "O sistema de saúde tem mais qualidade e isso é mérito dos profissionais de saúde que, apesar das circunstâncias difíceis, aumentaram o nível do Serviço Nacional de Saúde", enalteceu Passos Coelho.

Aos elogios dos progressos alcançados pelo actual Governo, Costa respondeu lembrando que o Executivo tem de facto criado muitos postos de trabalho para os enfermeiros "mas é no Reino Unido".  

Se ganhar as eleições, Costa garante que o seu Governo baixará as taxas moderadoras, embora não se comprometa com calendário nem com montantes. "Com os números que não estão impressos não me comprometo", justifica Costa.