Ao sétimo acto eleitoral realizado em Portugal para eleger os representantes nacionais no Parlamento Europeu registou-se a maior taxa de abstenção de sempre – 66,2% (quando estão apuradas 98,5% das freguesias). Apesar de a abstenção em eleições europeias ficar, por norma, acima dos 60% esta é a primeira vez que são ultrapassados os 65%.

O número de eleitores portugueses que decidiram não exercer o direito de voto nas eleições deste domingo, 25 de Maio, não apenas supera os níveis abstencionistas de 2009, que atingiram os 63,22%, como também ultrapassa o recorde histórico de abstenção, que data de 1994, quando a abstenção subiu até aos 64,46%.

Apesar de a taxa de abstenção não ter chegado à casa dos 70%, como foi estimado por algumas sondagens ao longo das últimas semanas, os 66,6% assumem carácter especial porque, exceptuando consultas populares via referendo, trata-se do número mais elevado de sempre em eleições de âmbito nacional.

As leituras que serão feitas ao longo desta noite de eleições europeias e dos dias que se seguirão serão, sem margem para dúvidas, marcadas pelos níveis de abstenção históricos registados este domingo. A generalidade dos portugueses mostrou-se, uma vez mais e de forma ainda mais marcada, indiferente face ao processo eleitoral europeu.