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Trump anuncia aumento de tarifas sobre produtos chineses

O presidente dos Estados Unidos anunciou que, a partir da próxima sexta-feira, as tarifas alfandegárias de 10% sobre alguns produtos chineses serão aumentadas para 25%.

Reuters
05 de Maio de 2019 às 17:54
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O período de tréguas comerciais entre Washington e Pequim está a terminar. Numa altura em que prosseguem as conversações entre as duas maiores economias do mundo com vista a alcançar um acordo comercial, que se chegou a esperar para o início de maio, o presidente dos EUA surpreendeu este domingo com declarações sobre um aumento adicional das tarifas aduaneiras. E já a partir da próxima sexta-feira, 10 de maio.

Donald Trump anunciou, citado pela Reuters, que a partir dessa data serão agravadas as tarifas alfandegárias sobre alguns produtos chineses, que passam a ser de 25% (contra os atuais 10%). Como é habitual, o presidente norte-americano fez o anúncio na sua conta oficial da rede social Twitter.



O chefe da Casa Branca especificou assim que as tarifas de 10% sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares em produtos chineses importados pelos EUA irão subir para 25%.

 

E mais: "em breve" serão impostas tarifas de 25% sobre o equivalente a mais 325 mil milhões de dólares de produtos oriundos da China.

 

Isto num aviso à China numa altura em que se prepara, para o início da próxima semana em Washington, uma ronda final de negociações comerciais com vista a tentar obter um entendimento entre as duas partes, sublinha a Bloomberg.

Em finais de fevereiro, Trump declarou que havia "uma boa probabilidade" de haver acordo entre os EUA e a China e que poderia estender o prazo de 1 de março (de aplicação de tarifas alfandegárias adicionais) e avançar com um encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping. Esse prazo foi alargado, o encontro aconteceu, os representantes comerciais de ambos os lados têm vindo a manter sucessivas rondas de conversações, mas o acordo ainda está por ser anunciado.

Tinha sido no final de novembro, durante a cimeira do G20 na Argentina, que os dois países selaram uma trégua de 90 dias, entre 1 de dezembro e 1 de março, que suspendia as taxas alfandegárias dos Estados Unidos sobre os produtos chineses e as sobretaxas impostas pela China a viaturas e peças automóveis fabricadas nos EUA. Esse prazo foi estendido, mas à falta de acordo… Trump veio exercer pressão este domingo.

Os Estados Unidos tinham já advertido que se não fosse alcançado um acordo, aumentariam de 10% para 25% a tarifa aplicada sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares de importações chinesas, a que Pequim disse que deveria responder com uma subida das taxas aduaneiras sobre cerca de 60 mil milhões de dólares de bens norte-americanos (anunciadas no ano passado como forma de retaliação).

 

Washington exige que Pequim reduza o excedente comercial de 375.000 milhões de dólares com os Estados Unidos, ponha fim às políticas orientadas para adquirir direitos de propriedade intelectual e tecnologia norte-americana, e reverta o que os EUA consideram ser subsídios à indústria chinesa de alta tecnologia.

Washington tem dito que quer travar a compra de empresas norte-americanas por parte de empresas com pelo menos 25% de capital chinês, o que veio aumentar a crispação entre os dois países.

Cronologia das tensões comerciais EUA-China

A 15 de junho de 2018 a Casa Branca anunciou que iria avançar com as prometidas tarifas aduaneiras sobre a entrada de produtos chineses nos EUA, num valor que ascenderia a 50 mil milhões de dólares.

 

Nessa altura, a Administração Trump referiu que, depois do "feedback" positivo obtido junto da população no documento que colocou sob escrutínio, avançaria a partir de 6 de julho com as tarifas sobre o equivalente a 34 mil milhões de dólares (818 produtos chineses).

 

As tarifas sobre os 284 produtos que perfaziam o restante valor de 16 mil milhões de dólares [para atingir os 50 mil milhões] só entrariam em vigor quando houvesse mais comentários da opinião pública sobre este tema.

 

Mas as coisas não se ficaram por aqui. Pequim reagiu no próprio dia e disse que também iria impor tarifas adicionais de 25% sobre 659 produtos norte-americanos avaliados em 50 mil milhões de dólares.

 

A China explicou que as tarifas sobre o equivalente a 34 mil milhões de dólares de produtos americanos (545 itens] entrariam em vigor a 6 de julho, adiantando que as tarifas sobre os restantes produtos, até que o valor atingisse os 50 mil milhões de dólares, seriam anunciadas mais tarde.

 

O presidente norte-americano declarou no próprio dia que decretaria medidas adicionais se Pequim retaliasse. E assim foi. A 19 de junho, Donald Trump ameaçou impor uma tarifa de 10% sobre o equivalente a mais 200 mil milhões de dólares em importações de produtos chineses (o que diz que irá agora concretizar). Nessa altura, a China advertiu que iria reagir em conformidade (qualitativa e quantitativamente).

 

Até ao dia de hoje, o mundo tem estado em suspenso, à espera de um entendimento entre as autoridades americanas e chinesas.

 

Recorde-se que as tensões comerciais Washington-Pequim começaram a manifestar-se com mais evidência quando Trump anunciou tarifas aduaneiras da Casa Branca sobre o aço e alumínio chinês – além de impor também essas medidas proteccionistas a outros grandes parceiros comerciais, como a União Europeia e os seus parceiros do NAFTA (México e Canadá).



(notícia actualizada às 18:35)

 

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