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PSI-20 sofre maior queda desde março após ameaça de Trump à China
O índice da bolsa nacional fechou a cair mais de 1% e registou a quinta sessão seguida a fechar no vermelho, o que nunca tinha acontecido este ano.
A bolsa nacional fechou em terreno negativo pela quinta sessão seguida, registando assim o ciclo de quedas mais prolongado desde dezembro do ano passado.
A queda de hoje foi a mais acentuada desde 22 de março (cedeu 2,04%). O PSI-20 desceu 1,45% para 5.301,3 pontos, com 17 cotadas em queda e apenas uma em alta.
Nas praças europeias os índices também sofreram perdas acima de 1%, embora de menor dimensão do que o verificado na abertura, quando as quedas superaram os 2%.
Esta evolução negativa dos mercados acionistas acontece depois de, no domingo, de forma inesperada, Donald Trump ter ameaçado aumentar de 10% para 25% as tarifas aplicadas sobre 200 mil milhões de dólares de bens importados da China já a partir desta sexta-feira.
O anúncio do líder da Casa Branca foi recebido com surpresa já que para esta semana estão agendadas reuniões vistas como importantes, e potencialmente decisivas, entre as delegações norte-americana e chinesa em Washington. Depois de a imprensa internacional ter chegado a avançar que Pequim cancelaria a deslocação do vice-primeiro-ministro aos Estados Unidos, o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros já confirmou que os encontros se mantêm.
Ainda assim, os investidores receiam que a postura intransigente do presidente dos Estados Unidos dificulte as negociações e impeça um acordo entre as partes para pôr fim à guerra comercial.
Na bolsa nacional a tendência de queda foi generalizada e afetou sobretudo as cotadas de maior capitalização, que estão mais expostas às oscilações das congéneres europeias. O Banco Comercial Português desvalorizou 2,5% para 0,25 euros e a Jerónimo Martins caiu 2,02% para 14,28 euros.
A dona do Pingo Doce também estará pressionada esta terça-feira, já que hoje foi a última sessão em que negociou com direito ao dividendo de 32,5 cêntimos que vai pagar aos acionistas.
A Galp Energia, que também entra esta terça-feira em ex-dividendo, contribuiu para o desempenho negativo do PSI-20 ao ceder 1,61% para 14,71 euros.
A Mota-Engil protagonizou a queda mais acentuada do PSI-20 (-2,6% para 2,252 euros), numa sessão em que foram 14 as cotadas do índice que marcaram perdas acima de 1%.
A Ramada Investimentos, com um ganho de 0,26% para 7,72 euros, foi a única cotada a fechar em alta.
A REN, uma das cotadas mais defensivas da praça portuguesa, quase escapou ao vermelho na primeira sessão depois de apresentar os resultados do primeiro trimestre. As ações da empresa liderada por Rodrigo Costa cederam 0,2% para 2,525 euros.
Fora do PSI-20 a Impresa voltou a destacar-se pela negativa, uma tendência que regista desde que apresentou prejuízos no primeiro trimestre. As ações fecharam esta segunda-feira a cair 5,24% para 0,217 euros.