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Abertura dos mercados: Aumento das tarifas arrasa bolsas e leva petróleo para mínimos de um mês
As bolsas europeias estão a descer mais de 1%, depois de Donald Trump ter anunciado um aumento das tarifas sobre a China. O petróleo cai 2% para negociar em mínimos de abril.
Os mercados em números
PSI-20 cai 1,18% para 5.316,29 pontos
Stoxx 600 perde 1,07% para 386,21 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 1,0 ponto base para 1,101%
Euro recua 0,08% para 1,1189 dólares
Petróleo em Londres desvaloriza 1,83% para 69,55 dólares o barril
Bolsas europeias descem mais de 1%
As bolsas europeias iniciaram a sessão desta segunda-feira, 6 de maio, em terreno negativo, penalizadas pelos receios de uma nova escalada da tensão entre os Estados Unidos e a China. Isto depois de, no domingo, Donald Trump ter anunciado que vai aumentar de 10% para 25% as tarifas aplicadas sobre 200 mil milhões de dólares de importações chinesas já a partir de sexta-feira. O anúncio, que terá tido como objetivo pressionar Pequim, pode, contudo, ter um efeito perverso: segundo a Bloomberg, o vice-primeiro-ministro chinês pode cancelar a sua deslocação a Washington, minando desta forma a possibilidade de um acordo comercial entre as duas potências.
Neste cenário, estão novamente instalados os receios nos mercados, com os investidores a fugirem dos ativos considerados de maior risco, como as ações, para se refugiarem nas obrigações soberanas, no dólar e no ouro. A bolsa de Xangai afundou quase 6% enquanto os índices europeus caem mais de 1%. O índice de referência para o Velho Continente, o Stoxx600, recua nesta altura 1,07% para 386,21 pontos.
Na bolsa nacional, o PSI-20 cai 1,18% para 5.316,29 pontos, com todas as cotadas no vermelho. Entre as maiores descidas destaca-se o BCP, a perder 2,26% para 25,06 cêntimos, e a Galp, a descer 1,64% para 14,705 euros.
Juros aliviam com queda das bolsas
A fuga dos mercados acionistas está a levar os investidores a refugiarem-se nas obrigações de países como a Alemanha, que vê os juros da dívida a dez anos descerem 2,0 pontos base para 0,003%. Em Portugal, a yield associada às obrigações no prazo de referência recua 1,0 ponto base para 1,101%, enquanto em Espanha o alívio é de 0,9 pontos para 0,970%. Em Itália, pelo contrário, os juros agravam-se em 1,1 pontos para 2,568%.
Dólar em alta ligeira
Os receios em torno do agravamento das tensões comerciais estão a beneficiar também o dólar, visto como ativo de refúgio em alturas de maior instabilidade nos mercados. O índice que mede o desempenho da moeda dos Estados Unidos face às principais divisas mundiais sobe 0,06%, enquanto o euro cai 0,08% para 1,1189 dólares.
Petróleo em mínimos de mais de um mês
O petróleo está a negociar em forte queda nos mercados internacionais, penalizado pela possibilidade de Donald Trump ter comprometido o esperado acordo comercial com Pequim, com a sua ameaça de tarifas adicionais sobre os bens chineses.
Em Londres, o Brent desce 1,83% para 69,55 dólares, enquanto em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) recua 1,99% para 60,71 dólares. Em ambos os casos as cotações estão no nível mais baixo do último mês.
Ouro valoriza e prata desce
Tal como o dólar, o ouro está a beneficiar do seu estatuto de ativo de refúgio, seguindo em alta ligeira. O metal precioso valoriza 0,18% para 1.281,35 dólares, enquanto a prata cai 0,57% para 14,8547 dólares.