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“Não é tempo de aventuras ou tiros no escuro”. Marques Mendes justifica candidatura a Belém

O antigo líder do PSD apresentou esta quinta-feira a candidatura às presidenciais de janeiro de 2025. Mendes puxa dos galões da experiência para entrar na corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa. E propõe alterar o método de escolha dos deputados em nome da “ética”.

José Coelho / Lusa
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É com o currículo de anos de experiência política e contra "aventuras", "experimentalismos" ou "tiros no escuro" que Luís Marques Mendes anunciou esta quinta-feira, 6 de fevereiro, a sua candidatura às eleições presidenciais do próximo ano.

A partir de Fafe, a terra "onde tudo começou", o comentador apresentou formalmente a candidatura a Belém, depois de já o ter anunciado no habitual comentário na SIC no passado domingo e no artigo que assinava todas as semanas no Negócios.

E foi na longa experiência política que Marques Mendes suportou a decisão da candidatura. "Durante vinte e dois anos consecutivos tive o privilégio de servir o meu país", começou por indicar, descrevendo os vários cargos que foi ocupando ao longo de mais de duas décadas. "Como secretário de Estado. Como ministro. Estive em quatro governos, durante quase 13 anos. Fui deputado. Líder parlamentar. Presidente da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros. Fui líder partidário. Fui e sou ainda Conselheiro de Estado. É uma intensa vida pública, pautada sempre pela mesma preocupação: poder ser útil à sociedade. Servir o meu País com integridade e dedicação", afirmou.

E é deste conhecimento do país e dos vários cargos políticos de que o antigo líder social-democrata puxa dos galões, apesar de reconhecer que a "experiência não é tudo", mas também sublinha que "só a experiência garante segurança e previsibilidade."

Uma indireta que pode estar dirigida ao almirante Henrique Gouveia e Melo, até agora o melhor colocado nas sondagens e que também deverá apresentar a candidatura em breve. "O cargo de Presidente da República é um cargo eminentemente político. Assim sendo, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não existe uma Presidência sem política", frisa, acrescentando que "o tempo que vivemos nem aceita política sem princípios, nem recomenda política sem experiência."

O cargo de Presidente da República é um cargo eminentemente político. Assim sendo, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não existe uma Presidência sem política.Luís Marques Mendes, candidato às eleições presidenciais de 2026

Os seis compromissos

Na apresentação, Marques Mendes enunciou seis compromissos para o país, que pretende cumprir se "for essa a vontade dos portugueses". A começar pela união dos portugueses, recuperando uma frase de Mário Soares. "Quero ser Presidente de todos os portugueses. Os do interior e do litoral, do Continente, das Regiões Autónomas e da diáspora. Os que votarem em mim ou os que optarem por outras candidaturas", promete. E num ato simbólico, entregou o cartão de militante do PSD.

O segundo compromisso é pela ética política, lembrando que há 20 anos tomou a "decisão de afastar alguns autarcas do meu partido em nome da ética e da credibilidade. Parece um gesto banal, mas a verdade é que ninguém o tinha feito antes e ninguém o fez depois". Para Marques Mendes, 20 anos volvidos, "é preciso ir muito mais longe: é necessário reavaliar as leis eleitorais, alterando o método de escolha dos deputados", sublinhando que "as eleições legitimam um político, mas não o dispensam da ética."

As eleições legitimam um político, mas não o dispensam da ética.Luís Marques Mendes, candidato às eleições presidenciais de 2026

Em terceiro lugar, promete uma presidência de "estabilidade e construção de pontes de entendimento", defendendo que o Presidente da República dever ser "um construtor de pontes. Um construtor de pontes em favor da estabilidade e do progresso coletivo. É preciso evitar crises políticas. Não podemos passar o tempo em dissoluções e eleições antecipadas. Isso não é modo de vida."

Mendes promete um mandato de "ambições" em várias áreas: do combate à pobreza à criação de riqueza, a Justiça e o "combate à corrupção", o apoio à "imigração regulada", à segurança, à luta contra a violência doméstica.

Também um compromisso "pela política externa" e, "sobretudo pela Europa", dando relevância às relações transatlânticas e com os países de língua portuguesa.

Por fim, o compromisso com as Forças Armadas, para dignificação das mesmas "no aprofundamento da sua profissionalização e no seu eficaz apetrechamento humano, técnico e tecnológico".

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