O ano passado pode ter sido "o melhor ano na produção de crédito à habitação desde 2001", acredita o CEO do BCP. "Foi um ano fantástico em termos de produção", disse Miguel Maya numa conferência em Lisboa sobre o tema da habitação

O presidente executivo do banco elogiou as medidas públicas de apoio aos jovens na compra da primeira casa. A garantia pública só está em vigor desde o início deste ano, mas a isenção do IMT e Imposto de Selo, assim como o não pagamento dos emolumentos associados ao registo do imóvel e respetiva hipoteca são aplicáveis desde meados de 2024.

"O que se fez nos últimos tempos no acesso à habitação para os jovens é positivo", disse o presidente executivo do Millennium, e as medidas "levaram a um aumento muito expressivo da procura". "É um bom caminho", concluiu.

A garantia pública - que permite o financiamento de 100% do imóvel - está a ser alvo de uma procura crescente e "ajuda a resolver o acesso à habitação", sobretudo para quem não tinha os 10% de entrada inicial, constatou Miguel Maya.

Ressalvando que "não há soluções simples para um tema complexo", o banqueiro deixou vincado que existe "uma segunda derivada" do problema do acesso à habitação que passa pelo rendimento disponível das famílias. "Mas isso resolve-se com maiores níveis de produtividade das empresas e uma economia mais aberta e competitiva", atirou.

Caixa emprestou 4,1 mil milhões de euros

No mesmo painel o presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) revelou que o banco público financiou 4,1 mil milhões de euros de crédito à habitação em 2024. "O mercado está com vitalidade", afirmou Paulo Macedo.

O empréstimo médio em dívida na Caixa é de 66 mil euros, com os empréstimos novos a rondarem 160 mil, sublinhou Paulo Macedo.

O CEO da Caixa realçou também uma diminuição da taxa de esforço, que de 2023 para 2024 caiu de 46% para 36%.