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Preços altos e salários baixos afastam 70% dos jovens da compra de casa

Jovens querem garantir a sua independência e sair de casa dos pais mas a compra está fora do alcance da grande maioria, mostra estudo. Quase metade aponta para o arrendamento. Apenas 24% consideram os apoios públicos suficientes.

DR
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Com a crise no acesso à habitação a não dar tréguas apesar dos apoios públicos, os jovens portugueses estão pessimistas quanto à sua independência – uma grande fatia ainda vive com os país e para quase 70%, a perspetiva de comprar casa está completamente fora do horizonte. E as ajudas públicas são consideradas insuficientes: apenas apenas 24% consideram os apoios governamentais suficientes, com a maioria a criticar a lentidão e ineficácia dos apoios.

Um inquérito da Century 21 a cidadãos com idades até aos 40 anos mostra que 49,5% dos jovens com idades até aos 27 anos ainda mora com os pais. Na faixa etária entre os 28 e os 35 anos, a proporção sobe para 23,7%. E mesmo entre os 36 e os 40 anos de idade, 11,4% das pessoas não vive de forma independente.

Sem surpresa, os inquiridos indicam que os principais obstáculos à independência são os preços elevados da habitação e os salários baixos.

Na área metropolitana de Lisboa, os preços da habitação – seja em aquisição ou arrendamento – são apontados por 84,7% das pessoas como a primeira razão que os impede de viverem de forma independente. Na área metropolitana do Porto a percentagem sobe para 86,2%.

Em segundo lugar surgem os baixos salários: 82% dos jovens da grande Lisboa e do grande Porto responde que os baixos rendimentos os impedem de acederem a habitação própria.

A conjugação destes fatores leva uma grande fatia da população a descartar o cenário de aquisição de habitação – não porque não queiram, mas porque preveem que não têm capacidade para tal. 44,1% dos inquiridos em Lisboa apontam para o arrendamento como solução para a sua independência. No Porto são 48,5%.

A aquisição com recurso a empréstimo bancário é considerada por apenas 31,5% dos jovens.

Uma minoria – 13,5% na capital e 16,2% na Invicta – tem meios para comprar uma casa sem hipoteca.

E há quem não veja outra solução senão partilhar casa – solução indesejada pela maioria mas que surge como inevitável para 8,1% dos inquiridos em Lisboa e 3,1% no Porto.

Ajudas públicas chegam a 20% em Lisboa e 27% no Porto

As medidas lançadas pelo Governo para apoiar os jovens na compra da primeira casa foram usadas por apenas 20,2% dos jovens na região de Lisboa, mostra um estudo da Century21. Na região do Porto a proporção é de 27,4%.

Em vigor estão a garantia pública - que permite o financiamento bancário de 100% do imóvel, dispensando a entrada - e a isenção do IMT, do imposto de selo e dos emolumentos associados à compra.

O inquérito conclui que de entre quem recorreu a ajudas públicas, apenas 13,1% dos jovens na região do Porto e 18,1% na de Lisboa consideram que foi fácil aceder às medidas; há uma fatia de 12,8% na capital e 11,9% na Invicta que desistiram do processo por considerá-lo demasiado complicado. Cerca de 35% não recorreu porque não cumpre os critérios de elegibilidade. 

A confiança dos jovens nas medidas em curso é reduzida: apenas 68,5% entendem que elas são suficientes para ajudá-los a garantirem a sua independência.

O inquérito foi dirigido a um universo de 808 pessoas das regiões metropolitanas de Lisboa e do Porto em meados de janeiro. 

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